Objetivo: Determinar a relação entre a ΔPP e a responsividade à expansão
volêmica em equinos anestesiados com isoflurano e mecanicamente ventilados.
Método: Em estudo prospectivo, oito cavalos Árabes saudáveis (366,5 ± 22,7kg)
foram anestesiados. Todos os animais foram aleatoriamente alocados em dois
grupos: (I) restrição hídrica de 14h; (II) restrição hídrica de 14h mais
pneumoperitôneo de 12mmHg. Anestesia foi induzida com detomidina, diazepam e
cetamina e mantida com isoflurano a 1,6% (I) e 1,3 % (II) em todos os animais
mecanicamente ventilados (VTexp 14mL/kg) e posicionados em decúbito dorsal. I -
Após 30 minutos da indução anestésica foi coletado os parâmetros basais (TBasal)
e os animais submetidos a desafio volêmico (DV) com Ringer com Lactato de sódio
(15 mL/kg, 15 min) (T1). Animais responsivos (DC > 15%) receberam até dois DV
adicionais (T2 e T3, respectivamente). Caso considerado não responsivo, foi
administrada dobutamina titulada para PAM 65-75 mmHg por 15 minutos (T4) e
após foi realizado novo DV (T5). II – Ídem acima, porém após TBasal foi instituído
pneumoperitônio (12mmHg) por 15 minutos (PNP) e os desafios realizados com
pneumoperitônio. Após (T5), foi descontinuada a hiperdistenção abdominal e
coletado os valores (T6). Resultados: FaseI: Não houve aumento significativo no IC
em T1 e T4. Porém, houve aumento de 16,5% após novo DV (T5). Não houve
aumento significativo na PAM em T1. Porém houve aumento em T4, sem aumento
adicional após novo DV (T5). Os valores de PP e PS reduziram em T4, T5 e em
T1, T4 e T5, respectivamente, em relação ao valor basal. Porém não houve
diferença estatística quando comparados animais responsivos dos não responsivos.
Houve aumento de 293% da PVC em T1, mantendo se acima do valor basal por
todos os demais momentos. A AUC obtida através da curva ROC foi de 0,83, 0,83 e
0,40 para PP, PAM e PVC, respectivamente para T1 e T2; e 0,55, 0,69 e 0,65
incluíndo T5. FaseII: Não houve alteração significativa no IC e PP em todos os tempos observados. Houve aumento significativo na PAM em relação a Tbasal após
DV sob pneumoperitônio (T1). Aumento adicional foi observado após novo desafio
volêmico (T5). Os valores de PS reduziram somente após descontinuado
pneumoperitônio (T6). Porém não houve diferença estatística quando comparados
animais responsivos dos não responsivos. Houve aumento de 363% da PVC após
pneumoperitônio (PNP), com aumento adicional de 189% após DV em T1, mantendo
se acima do valor basal por todos os demais momentos. Novo aumento foi
observado em T5, retornando para valores similares a PNP em T6. A AUC obtida
através da curva ROC foi de 0,64, 0,50 e 0,29 para PP, PAM e PVC,
respectivamente para T1 e T2; e 0,71, 0,64 e 0,61 incluíndo T5. Conclusão:
Utilizando a metodologia empregada, o ΔPP não mostrou ser índice preditivo de
responsividade volêmica em equinos anestesiados com isoflurano e mecanicamente
ventilados, ocorrendo piora quando empregado pneumoperitônio de 12 mmHg. O
emprego da dobutamina também reduziu a sensibilidade/especificidade deste índice.
Portanto, acredita-se que o uso desta ferramenta seja limitado na espécie equina.