Objetivou-se avaliar a viabilidade econômica da suplementação proteico/energética na recria, durante o período chuvoso, na terminação, durante o período seco, de novilhos mestiços criados em pastagem de Brachiaria brizantha cv. Marandu. Os experimentos foram conduzidos na fazenda Princesa do Mateiro, no município de Ribeirão do Largo, Bahia. Para o experimento realizado durante a fase de recria, foram utilizados 32 novilhos mestiços (5/8 Zebu x 3/8 Europeu), castrados com idade média de 12 meses e peso corporal médio inicial de 269 ± 27,86 kg. O período experimental foi de 126 dias, tendo início em dezembro de 2010 e término em abril de 2011. Para o experimento durante a fase de terminação, foram utilizados 20 novilhos mestiços castrados (½ Zebu-Holandês), com média de 24 meses de idade e peso corporal médio inicial de 371 ± 13,02 kg. O período experimental compreendeu de abril de 2012 a setembro de 2012, totalizando 135 dias. Em ambos experimentos foi utilizado o delineamento inteiramente casualizado. Os grupos de animais foram divididos em dois tratamentos (na fase de recria, dois grupos com 16 animais cada; na fase de terminação, dois grupos com 10 animais cada), representados por dois níveis de suplementação proteico/energética: 0,3 e 0,6% do peso corporal (PC) com base na matéria seca. Os animais foram mantidos em pastejo intermitente em uma pastagem de Brachiaria brizantha cv. Marandu. De posse dos dados de consumo e desempenho dos animais, bem como os preços dos custos operacionais e da arroba do boi, foi possível desenvolver os indicadores de viabilidade econômica em planilha de Excel®. As variáveis estudadas foram interpretadas estatisticamente por meio de análise de variância e teste F a 0,10 de probabilidade. O ganho de peso por hectare, a produção de carne em quilos por hectare e em arrobas por hectare foram superiores (P<0,10) no grupo de animais suplementados com 0,6% PC, tanto na fase de recria, quanto de terminação. Na fase de recria a produção de carne por hectare aumentou 12,37% quando utilizado 0,6%PC de suplemento e fase de terminação esse aumento foi de 20,01% quando comparados com o menor nível de suplementação. O custo total com suplemento em cada período, o custo com suplemento por arroba produzida, o custo total por arroba produzida, a participação do custo com suplemento no custo total da arroba produzida, o custo por animal e o custo por hectare apresentaram diferenças (P<0,10) em ambas as fases de produção, com valores superiores para o grupo de animais que recebeu 0,6%PC. No entanto, tanto na recria quanto na terminação, a composição dos custos com mão de obra, medicamentos, manutenção da pastagem e impostos, ambos em reais por arroba produzida (R$/@), apresentaram diferença entre os tratamentos (P<0,10), demonstrando valores superiores para os animais suplementados com 0,3%PC, uma vez que esses animais apresentaram menor produtividade. O capital investido no período, a renda bruta devido ao ganho de peso por animal, a renda bruta devido ao ganho de peso por hectare e atratividade apresentaram diferença (P<0,10) em ambas as fases de produção, com valores superiores para o grupo de animais que recebeu 0,6%PC. No entanto, em ambas as fases de produção, o grupo de animais que recebeu 0,3%PC apresentou maiores valores (P<0,10) para as variáveis real retornado para cada real investido, taxa mensal de retorno, percentual de lucratividade e percentual de retorno do uso da suplementação a pasto. 0,3%PC. Na fase de recria a renda líquida por hectare não apresentou diferença (P>0,10) entre os níveis de suplementação utilizados, no entanto, os valores foram positivos para ambos os níveis de suplementação. Na fase de terminação a renda líquida por hectare foi diferente entre os níveis de suplementação avaliados, com resultado negativo quando os animais foram suplementados com 0,6%PC. A taxa interna de retorno (TIR) apresentou diferença na fase de recria (P<0,10), com valores superiores quando foi utilizada a suplementação ao nível de 0,3%PC, porém ambos os níveis apresentaram-se positivos. Durante a fase de terminação, os valores de TIR não apresentaram diferença (P>0,10) entre os níveis de suplementação avaliados, no entanto foram negativos. Na fase de recria, o valor presente líquido (VPL) foi semelhante (P>0,10) entre os níveis de suplementação, com resultados positivos para ambos os níveis. Na fase de terminação, houve diferença (P<0,05) no VPL observado, uma vez que no grupo de animais suplementados com 0,3%PC foi positivo e, quando fornecido 0,6%PC de suplemento aos animais, o VPL foi negativo. Conclui-se que suplementar os animais em fase de recria e terminação com 0,3 e 0,6% PC apresenta-se tecnicamente viável, no entanto, diante das respostas econômicas observadas, suplementar os animais com 0,3% do peso corporal apresenta maior atratividade de adoção, bem como maior lucratividade ao produtor.