Devido às diferenças esqueléticas das aves, quando comparadas aos demais
vertebrados, visto que lhes permite a habilidade de vo o, é de suma importância o
entendimento de suas peculiaridades. Codornas (Coturnix sp.) são utilizadas
mundialmente como modelos experimentais e estudos baseados em sua fisiologia
podem ser extrapolados para diversas espécies aviárias. A radiografia é o exame
complementar de escolha para diagnóstico de doenças na clínica veterinária, e com a
utilização de uma escada de alumínio, técnica denominada densitometria óptica
radiográfica, é possível determinar a densidade óssea mediante auxílio de programas
computacionais, técnica simples, rápida e de baixo custo. Devido ao padrão de
ossificação diferenciado nas aves, objetivou-se neste trabalho avaliar o
desenvolvimento ósseo em codorna-japonesa mediante avaliações radiográficas
periódicas bem como estabelecer padrões de densidade óssea durante o crescimento
destes animais. O Capítulo 1 trata de uma introdução ao leitor, para que se estabeleça
um parâmetro para a compreensão dos demais capítulos, onde são citadas as
principais diferenças do esqueleto aviário, metabolismo do cálcio, aspectos
radiográficos básicos e introduz ao leitor a técnica utilizada nos demais capítulos: a
densitometria óptica radiográfica. O Capítulo 2 objetivou verificar os principais
momentos da ossificação dos ossos longos e determinar valores de densidade óssea
nos diferentes sexos e faixas etárias em codornas. Cinquenta e quatro codornasjaponesas (Coturnix japonica) de um dia de idade foram utilizadas. A cada três dias,
dois animais foram pesados, identificados, submetidos à eutanásia e radiografados.
Para a radiografia, a projeção ventrodorsal (VD) foi utilizada, em aparelho digital com
técnica de 40 kVp, 100mAs e distância aparelho -chassi de 35cm. Em todas as
radiografias, utilizou-se uma escada de alumínio de 21 degraus para posterior
determinação da densitometria com o software ImageJ 1.48v e calibração para
biometria. Mensurações de comprimento do úmero, rádio, ulna, fêmur, tibiotarso e
tarsometatarso dos membros direito foram feitas, em milímetros . No 16º dia os
primeiros sinais de fusão óssea foram verificados, ao 40º dia a formação de tibiotarso e
tarsometatarso estava completa, as asas completaram sua ossificação entre o 52 -55º
dia de vida e a articulação fêmoro-tibiotársica entre 67 e 70 dias. A densidade óssea
aumentou conforme os ossos cresceram em comprimento e o maior coeficiente de
correlação ocorreu no úmero, seguido pelo tibiotarso, ulna e fêmur. O Capítulo 3
objetivou verificar a influência de tecidos moles nos valores densitométricos de fêmur e
tibiotarso de codornas-japonesas, ossos estes que possuem grandes massas
musculares adjacentes. Os mesmos animais do Capítulo 2 foram utilizados. Após as
radiografias para o capítulo anterior, os ossos de membro pélvico foram
cuidadosamente dissecados e radiografados com a escada de alumínio para avaliação
densitométrica e comparação estatística dos resultados obtidos com e sem tecidos
moles. Nos fêmures de codornas machos e fêmeas, em todas as idades (1 a 79 dias),
houve diferença estatística (p<0,05) nas densidades ósseas quando comparados os
tratamentos com e sem tecidos moles. Nos grupos 3, 4 e 5, os fêmures após
dissecação tiveram redução de mais de 55% dos valores densitométricos, e nos
mesmos grupos, mais de 46% em tibiotarso, contrastando com os valores descritos em
literatura. Foi possível verificar correlação entre idade e densidade óssea na presença
de musculatura em fêmur (0,82) e tibiotarso (0,74), sendo considerada forte. No
tratamento sem musculatura, a correlação de fêmur foi de 0,6928 e de tibiotarso 0,555,
correlação esta considerada moderada concluindo que efetivamente, a avaliação
densitométrica do osso destituído de músculo reflete mais precisamente a característica
esquelética de codorna-japonesa.