A importância das lesões de pele tem sugerido estudos para a obtenção de biomateriais com a finalidade de reduzir o período e melhorar a qualidade da cicatrização, além de promover o conforto do paciente, sobretudo, pelo alívio da dor. Propriedades cicatrizantes, anti-inflamatórias e antibióticas podem ser potencializadas com a incorporação de fitoterápicos, como óleo de copaíba (Copaifera sp.), em filmes utilizados como curativos em feridas. Filmes biopoliméricos de quitosana e gelatina têm atraído muita atenção por serem atóxicos, hemostáticos, biocompatíveis, antimicrobianos, além de supostamente acelerarem o processo de cicatrização. Filmes emulsionados com diferentes proporções de quitosana e gelatina, contendo ou não óleo de copaíba, foram preparados pela homogeneização simultânea da solução de quitosana/gelatina seguido pelo espalhamento e secagem lenta em um suporte plano (técnica Casting). Os filmes foram caracterizados por análises físico-químicas como parâmetros de cor, propriedades de barreira, propriedades mecânicas, microscopia eletrônica de varredura, espectroscopia de infravermelho e análises térmicas, além de análises biológicas a fim de assegurar a biossegurança do curativo como permeação microbiana, atividade antimicrobiana, citotoxicidade e adesão celular. Os resultados indicaram que o filme contendo as mesmas proporções dos biopolímeros (50% : 50%) com o óleo de copaíba (0,5%) apresentam as melhores propriedades físicas e biológicas in vitro, e que o mesmo tem potencial para ser avaliado in vivo. Quanto às suas propriedades físico-químicas, observou-se que os filmes apresentaram propriedades mecânicas e de barreira compatíveis para a aplicação como curativo. As micrografias obtidas por microscopia eletrônica mostraram que o óleo de copaíba apresentou boa dispersão nas matrizes biopoliméricas. As análises térmicas, de infravermelho e propriedades mecânicas sugeriram a formação de um complexo polieletrolítico entre os biopolímeros. Os resultados demonstraram as potenciais propriedades antimicrobianas dos filmes e observou-se que o ensaio em meio sólido foi o mais eficaz comparado ao ensaio em meio líquido, devido à interferência que os filmes sofreram em contato com o meio de cultura, que resultou em altos valores de absorção. Foram avaliadas as propriedades citotóxicas destes filmes mostrando que os mesmos são seguros e atóxicos. Os testes de adesão celular mostraram que as células não se aderem aos filmes, o que é uma característica desejável para um curativo.