Se manipulado de forma eficiente, o crescimento compensatório pode ser uma alternativa para reduzir o custo com a alimentação. No presente trabalho objetivou-se analisar o efeito bioeconômico do crescimento compensatório sobre sistemas intensivos de recria e terminação de bovinos de corte. Por meio de simulação, em um Sistema de Apoio a Decisão, a produtividade (Pr) e a resposta econômica foram avaliadas em quatro sistemas. Caracterizados por diferentes períodos de restrição alimentar (sem restrição, CONT; 90 dias de restrição, COMP90; 120 dias de restrição, COMP120 e 150 dias de restrição, COMP150) no período pós-desmama. Além disso, foram realizadas análises de risco e de sensibilidade, por meio de simulação de Monte Carlo. Os sistemas com regime alimentar restrito necessitaram de maior período de engorda (14, 21 e 35 dias para COMP90, COMP120 e COMP150, respectivamente) que CONT. O sistema COMP90 teve Pr (434,2 kg/ha/ano) similar ao CONT (434,0 kg/ha/ano) e ambos maiores que COMP120 (395,0 kg/ha/ano) e COMP150 (394,0 kg/ha/ano). A margem bruta/ha foi de 608,98; 493,5; 366,96 e 304,23 R$/ha/ano para os sistemas COMP90, CONT, COMP120 e COMP150, respectivamente. Entretanto, na análise de risco o sistema menos estável economicamente foi o CONT e o com menor risco foi COMP90. A análise de sensibilidade demonstrou que as variáveis com maior efeito sobre a margem bruta foram o preço do boi gordo, do bezerro e do milho usado no confinamento. O uso do crescimento compensatório pode ser uma ferramenta para redução de custos com a alimentação em sistemas de recria e engorda de bovinos de corte, mas a sua eficácia é influenciada pelo período de restrição.