Existem diversos fatores envolvidos na etinopatogenia das ulcerações gástricas em
equinos destacando-se: alimentação, jejum e confinamento em baias, exercícios
intensos, estresse, uso de antiinflamatórios não esteroidais, presença de parasitas
e presença de Helicobater spp. O gênero Helicobacter é o agente mais comum de
infecção gástrica crônica em humanos e, possivelmente, também nos animais de
companhia, colonizando a mucosa gástrica. A colonização por Helicobacter sp.
resulta na indução de resposta inflamatória, caracterizada pela migração de
neutrófilos, células mononucleares e CD4 T- helper. A região da margo plicatus
possuí alta prevalência de alterações histopatológicas tanto em potros quanto em
animais adultos. O objetivo desse trabalho foi identificar por meio da técnica de
imuno-histoquímica a presença de Helicobater spp e avaliar o grau de inflamação
da margo plicatus do estômago equino. Foram utilizados 38 estômagos de equinos
machos e fêmeas, com idade entre 3 a 20 anos, sem raça pré definida, previamente
abatidos em abatedouro comercial. Para o exame histopatológico foram utilizados
fragmentos de mucosa e submucosa da mucosa da margo plicatus. Os cortes
histológicos foram avaliadas quanto à presença de Helicobater sp. por meio da
imuno-histoquímica com anticorpo anti-H.pylori e classificadas como positivas
quando a bactéria corou em vermelho e negativas. Dos 38 animais avaliados
foram observados 10,52% (4/38) com inflamação leve, 31,57% com inflamação
moderada e 57,89% de inflamação grave. Para identificação e quantificação de
Helicobacter spp foram avaliadas 31 amostras com os seguintes resultados:
19,35% das amostras (6/31) apresentaram grau “0”, 9,67% (3/31) grau “1” e
grau “2” e 61,29% (19/31) grau “3”. Equinos destinados ao abatedouro comercial
são naturalmente infectados por Helicobacter spp. A região da margo plicatus
demonstra grande susceptibilidade para infecção por Helicobacter spp no estômago
de equinos. Há correlação entre o grau de infecção por Helicobacter spp e o grau
de inflamação no estômago equino. Há correlação entre o grau de infecção por
Helicobacter spp e os infiltrados linfocítico e eosinofílico no estômago dos equinos.
Não há correlação entre o grau de infecção por Helicobacter spp e os infiltrados
plasmocítico e neutrofílico no estômago de equinos.