A temática desse trabalho representa um campo de estudo e pesquisa na área de Geografia Urbana, por se tratar de uma política de governo recente (2009) e com poucas referências na Geografia que trata sobre o Programa Minha Casa Minha Vida (PMCMV). Assim, o trabalho abrange as relações entre a mobilização do capital e a atividade imobiliária no segmento da produção da habitação para grupos de baixa renda em Guarapuava. Os níveis da produção da habitação estabelecidos pela atividade imobiliária, são representados na concentração das edificações em áreas novas e ainda pouco valorizadas. A estrutura formada pelos investimentos imobiliários revela a centralização do capital e consequentemente a fragmentação da habitação. A desigual distribuição do investimento do capital e a comunicação dos agentes imobiliários com grupos de baixa renda, amplia o papel e a habilidade dos agentes, potencializa os interesses privados e corporativos na dinamização da produção desigual do espaço urbano. A discussão que se torna pertinente a partir daí se refere ao reconhecimento da reprodução das desigualdades sociais em novos patamares, um aumento da base social de reprodução capitalista, que se resolve na produção de um cotidiano desigual em novos espaços que se revelam, inclusive, em seu conjunto, como novas franjas de valorização/capitalização imobiliária. Esse processo, ao mesmo tempo em que inclui alguns, certamente também segrega outros. Desse modo, o objetivo foi analisar as transformações socioespaciais que o Programa proporciona ao espaço urbano de Guarapuava-PR. A pesquisa contou com trabalho de campo, realização de entrevistas com os agentes envolvidos no PMCMV, pesquisa no Jornal Diário de Guarapuava, além da consulta e análise de documentos oficiais referentes ao recorte espacial.