periodo de privacao de liberdades e direitos, estabelecido com o Golpe Civil Militar de 1964, contribuiu para que memorias fossem ―esquecidas‖ e/ou ―silenciadas‖. Nesse movimento subjetivo e seletivo da memoria, que tanto pode ―lembrar‖ quanto ―esquecer‖, o direito humano a memoria da educacao de adultos no Brasil autoritario e colocado em evidencia. Nessa perspectiva, a presente pesquisa de Mestrado em Direitos Humanos/PPGDH/UFPB, da Linha de pesquisa Politicas Publicas em Educacao em Direitos Humanos, propoe reconstituir a memoria educacional do Movimento Brasileiro de Alfabetizacao (MOBRAL), a partir da analise de documentos legais e institucionais que apresentam narrativas de ex-participantes desse movimento. Com esse intuito, o processo metodologico adotado e o da pesquisa bibliografica, utilizando-se da analise do discurso para a interpretacao das memorias e dos dados coletados. Para fundamentar o estudo, recorremos a autores como Le Goff (2012), Halbwachs (2006), Bosi (1994), Pollak (1989), Silva (2003), Galzerani (2004), no que se refere a memoria. Acerca da interface entre Direitos Humanos e o direito a memoria, tivemos por fonte os estudos de Barbosa (2007), Comparato (2007), Ferreira (2007, 2014), Sader (2007), Silva; Tavares (2010), Silveira (2007), Viola (2007, 2010), a Declaracao Universal dos Direitos Humanos (1948), o Plano Nacional de Educacao em Direitos Humanos (2007), entre outros. Sobre o MOBRAL, nos reportamos a Paiva (1973); Freire (2011, 2013) e Jannuzzi (1983), bem como a documentos institucionais do movimento. Ja o contexto historico do inicio dos anos de 1960 aos anos de 1985 foi compreendido a partir das lentes de Saviani (2008), Germano (1994), Romanelli (1983), Cunha e Goes (1985). Com a reconstituicao das memorias do MOBRAL, constatamos que o regime militar negou aos educandos adultos o direito a uma educacao critica e questionadora, restando-lhes uma educacao incompleta ou ―pela metade‖, ressentida de saberes e fazeres pedagogicos voltados para a emancipacao por meio da palavra. Tiveram negado o direito a uma educacao libertadora, inspirada na pedagogia freireana de emancipacao pela conscientizacao/acao. Nessa configuracao, o MOBRAL representa um retrocesso na historia da alfabetizacao de adultos.