A busca dos pecuaristas por aumentar a utilização da Inseminação
Artificial (IA) e a possibilidade de direcionar o sexo da cria, associado a baixos
índices do sêmen sexado, tem levado as pesquisas que relacionam o intervalo
entre a IA e a ovulação como fator capaz de influenciar na proporção do sexo.
Neste trabalho foram sincronizadas 469 fêmeas zebuínas de corte com
protocolo à base de progesterona, eCG e estradiol, sendo 182 nulíparas e 287
pluríparas, alocadas aleatoriamente em três grupos experimentais com
diferentes horários de inseminação artificial: G42 animais inseminados 42
horas após a remoção do implante de progesterona, G54 e G66 inseminados a
54 e 66 horas respectivamente. Os animais foram marcados com tinta no
momento da indução da ovulação para analisar intensidade de aceitação de
monta e influência nas taxas de concepção, foram classificados como
apresentando estro fraco, médio ou forte no momento da IA. Para avaliar a
dinâmica folicular 12 nulíparas e 20 pluríparas foram mantidas nas mesmas
condições e sincronizadas da mesma forma e tiveram o diâmetro folicular
avaliado às 24, 42, 54, 66, 72 e 80 horas após a remoção do dispositivo de
progesterona. A média de diâmetro do folículo ovulatório não diferiu entre as
categorias (12,38 ± 0,99 mm nas novilhas e 12,74 ± 0,91 mm nas vacas), bem
como a taxa de ovulação (75% para novilhas e 85% para as vacas), enquanto
que o momento de ovulação foi mais precoce nas nulíparas (65,33 ± 4,69
horas) que nas pluríparas (71,06 ± 3,47 horas). As taxas de concepção
diferiram entre as categorias, mas não entre os tratamentos resultando em 33%
e 48% no G42, 34% e 47% no G54 e finalmente 28% e 45% no G66 para
novilhas e vacas respectivamente, demonstrando maleabilidade no momento
de inseminação após sincronização. As taxas de concepção também foram
influenciadas pela intensidade de aceitação de estro, em que apenas um
animal com aceitação fraca apresentou concepção positiva na soma dos
grupos 54 e 66 horas. Nenhum dos fatores teve ação sobre a proporção de
gênero. Portanto não foi comprovada relação entre o momento de inseminação
e a probabilidade de alteração no sexo da prole de fêmeas zebuínas.