A figura do bárbaro remonta a tempos longínquos no imaginário do ocidente, desde os
primórdios da ascensão grega. Consecutivamente, a ideia de barbárie, ao longo dos séculos
e até os dias de hoje, figura em meio ao linguajar social, sendo atribuída com diferentes
significados em cada acontecimento e contexto. Reconhecendo a multiplicidade de análises
teóricas possíveis, optamos por nos focarmos na barbárie enquanto mecanismos de
negação do outro, como a indiferença e a intolerância, e que eclodem em atos de
discriminação e violência. Encontramos na Teoria Crítica, em especial nas contribuições
de Theodor Adorno, Walter Benjamin e Axel Honneth, grande auxílio para a construção
deste conceito de barbárie. O pensamento de Adorno, em especial, nos leva a buscar na
educação escolar um meio de fazer frente a estes mecanismos de negação, na intenção de
possibilitar uma sociedade onde prevaleçam a justiça, a igualdade e a valorização da
diversidade. Todavia, Adorno ressalva que apenas uma educação voltada para a
emancipação dos seus indivíduos, amparada pelos direitos humanos, pode ser capaz de tal
feito. Desta forma, buscamos em leis, planos, princípios e pesquisas sobre a educação
brasileira, elementos que pudessem nos mostrar se a nossa atual educação escolar tem
atuado de forma a perpetuar a intolerância e a opressão de nossa sociedade, ou se ela tem
se direcionado rumo a esta formação que emancipe, conseguindo, por meio da formação
crítica e da conscientização dos seus indivíduos sobre os direitos humanos, reverter os
mecanismos que nos levam à barbárie