O mastocitoma é o tumor cutâneo mais comum em cães, representando 20% dos tumores caninos. A graduação histopatológica é o método de eleição para prever o comportamento biológico do mastocitoma e, atualmente, são utilizados os métodos de Patnaik e de Kiupel para dividi-los em graus de malignidade. A imunoistoquímica (IHQ) permite avaliar os mastocitomas e definir o prognóstico, através da marcação do c-kit e do ki-67, associado à proliferação tumoral. O mastocitoma tem etiologia indefinida, mas vem sendo associado à presença de mutação no c-kit. O objetivo do trabalho é quantificar e identificar os mastocitomas de cães de Campos dos Goytacazes que possuam mutações e associar com os graus histológicos. Foram avaliados 61 animais, levando em consideração o sexo, a raça, a idade, a localização tumoral, o grau tumoral pelas classificações de Patnaik e Kiupel, a infiltração de eosinófilos, a marcação do KIT e do Ki-67 e a presença de mutação. As variáveis foram correlacionadas utilizando os testes de qui-quadrado, teste de Fisher e teste de verossimilhança. Não foi verificada predileção sexual ao desenvolvimento do mastocitoma. Os animais idosos foram os mais acometidos, já os animais sem raça definida e os das raças Boxer, Labrador e Pinscher foram aqueles com maior predisposição ao desenvolvimento tumoral. A localização foi a única variável clínica associada ao grau tumoral (p=0.011), com tumores em membros relacionados a tumores benignos e os tumores na região genital cabeça e pescoço relacionados a tumores malignos. Os tumores de grau II e os de baixo grau foram os mais encontrados e as duas classificações demonstraram correlação muito significativa entre elas (p<0,001). A concentração do infiltrado eosinofílico não demonstrou correlação significativa a nenhuma das classificações histológicas. O padrão KIT foi dependente da localização tumoral (p=0, 015) e das classificações de Patnaik (p=0, 001) e Kiupel (p<0,001). A marcação do Ki-67 demonstrou dependência da localização (p=0, 024), mas independência das classificações histológicas e do padrão KIT. O concentrado eosinofílico não estava associado ao padrão KIT, mas foi correlacionado significativamente ao Ki-67 (p=0,028). A presença de mutação no exon 11 do domínio justamembrana não demonstrou associação a nenhuma das variáveis clínicas, das classificações histológicas, da concentração de eosinófilos e do padrão KIT. A presença da mutação foi correlacionada significativamente apenas ao Ki-67 (p=0, 010). Os resultados obtidos sugerem que a localização é a variável clínica mais relacionada ao prognóstico e que apenas a classificação de Kiupel associada ao imunoistoquímica são suficientes para avaliar o comportamento tumoral.