Analisar o nível de ansiedade e de estresse e os sintomas de depressão de
familiares acompanhantes de pacientes com Insuficiência Cardíaca em tratamento
ambulatorial; descrever as características sociodemográficas, clínicas, do estilo de
vida e de sobrecarga de familiares acompanhantes de pacientes com Insuficiência
Cardíaca em tratamento ambulatorial; verificar se há correlação entre os escores das
escalas de ansiedade, depressão e estresse e verificar se há diferenças nos escores
das escalas de ansiedade, depressão e estresse de acordo com as características
sociodemográficas, clínicas, de estilo de vida e de sobrecarga de familiares e do grau
de independência das atividades de vida diária dos pacientes. Método: Estudo de
caráter descritivo transversal, realizado entre abril de 2014 e fevereiro de 2015 no
Ambulatório de Miocardiopatias do Hospital São Paulo. A amostra foi composta por
100 familiares de pacientes com Insuficiência Cardíaca. A ansiedade, a depressão e
o estresse foram avaliados por meio do Inventário de Ansiedade de Beck, Inventário
de Depressão de Beck e Escala de Estresse Percebido - 10, respectivamente. As
outras variáveis foram obtidas por meio de um instrumento contendo as variáveis
sociodemográficas e clínicas, da auto avaliação da saúde, do Index de Independência
nas Atividades da Vida Diária e Escala de Sobrecarga do Cuidador. Resultados: A
média de idade dos sujeitos avaliados foi de 45,43±13,53 anos, a maioria era do sexo
feminino (81%), branca (63%) e casada (61%). O escore de depressão apresentou
média de 8,24±7,14, o de ansiedade 7,95±7,61 e a escala de estresse 17,43±7,15,
demonstrando a ausência desses sintomas na maioria dos familiares de pacientes
com IC. Quanto ao grau de independência, 82% dos pacientes eram independentes
para todas as atividades de vida diária, não sendo observada sobrecarga do cuidador
(17,9±14,21). O coeficiente de correlação entre as escalas foi de 0,53 entre depressão
e ansiedade, e entre depressão e estresse e de 0,66 entre ansiedade e estresse. Sexo
feminino (p=0,002; p=0,031), tabagismo (p=0,05; p=0,011), sedentarismo (p=0,023;
p=0,001) e auto avaliação da saúde regular/ruim (p=0,012; p=0,013) apresentaram
relação com ansiedade e estresse. A renda familiar menor que 5 salários mínimos
(p=0,012) e a auto avaliação da saúde regular/ruim (p=0,001) apresentaram relação
com a depressão. Conclusão: Os familiares não apresentaram níveis elevados de
estresse, ansiedade e depressão. As escalas apresentaram correlação entre si, porém
as escalas de estresse e ansiedade apresentaram maior força de correlação. Auto
avaliação da saúde, atividade física, tabagismo e sexo foram os fatores que se
relacionaram com o estresse e ansiedade e renda familiar e auto avaliação de saúde
foram os fatores relacionados com os sintomas de depressão.