O presente trabalho possui como objetivo geral analisar os aspectos transacionais da relação entre produtores e permissionários da Ceasa-MS – Central de Abastecimento de Mato Grosso do Sul. Especificamente, têm-se (1) caracterizar o perfil dos permissionários da Ceasa-MS; (2) identificar a estrutura de governança em que as transações, entre produtores e permissionários da Ceasa-MS, ocorrem; e (3) determinar o quanto a estrutura de governança afeta os custos de transação. Para atingir os objetivos propostos, houve a aplicação de 78 questionários estruturados, juntamente aos permissionários da Ceasa-MS, tendo como arcabouço teórico a ECT (Economia dos Custos de Transação) em conjunto com a teoria das formas plurais. Com isso foi possível verificar que os permissionários transacionam com mais de 5 produtores, cada, e suas mercadoria possuem como origem os estados de São Paulo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, entre outros, além de outros países como Espanha, Chile, Nova Zelândia e Argentina. As principais características que influenciam a escolha do produtor são: a qualidade do produto fornecido, o preço praticado e a regularidade no fornecimento. A maioria dos permissionários não gosta de comprar produtos com os produtores do estado de Mato Grosso do Sul, dentre os principais motivos, tem-se: a falta de qualidade dos produtos - se comprado aos produtos vindo de fora -, falta de confiança, falta do produto desejado e a falta de tradição no estado em produzir produtos hortifrutícolas. Com dimensões analisadas foi possível perceber que o ativo presente no trabalho possui uma média especificidade, a incerteza presente nas transações é alta, e as transações ocorrem de forma recorrente, gerando um maior compromisso entre as partes para honrarem com a transação. Com isso a teoria da ECT prediz que as transações devem ocorrer através de contratos, porém verificou-se que além das formas híbridas, os permissionários se abastecem, por meio da integração vertical e do uso das formas plurais, em que há a combinação entre as formas híbridas juntamente com a integração vertical. Deste modo, a presença das formas plurais em algumas relações, é explicada pela complexidade no monitoramento das transações. Dentre todos os arranjos em que as transações dos permissionários ocorrem, foi possível verificar que o arranjo que reduz o custo de transação, é aquele que faz o uso das formas plurais, devido esta representarem a combinação entre os pontos positivos das formas híbridas e da integração vertical.