O melanoma apresenta grande importância na oncologia veterinária por ser um
tumor invasivo, altamente metastático e pouco responsivo ao tratamento
quimioterápico convencional. Impulsionadas pela resistência neoplásica aos
fármacos, as pesquisas com produtos naturais tem recebido atenção especial nos
últimos anos, pois esses são promissores agentes para prevenção e tratamento do
câncer. Assim, o objetivo do trabalho foi avaliar a atividade citotóxica dos óleos
essenciais de Origanum vulgare, Origanum majorana e Rosmarinus officinalis e dos
extratos hidroalcóolicos de Origanum vulgare, Schinus terenbithifolius, Eugenia
uniflora e Bauhinia forficata frente à linhagem celular de melanoma murino B16F10 e
de rim bovino - MBDK (Madin Darby Bovine Kidney), além de fazer uma
retrospectiva de melanomas em cutâneos em cães atendidos no HCV. Os óleos
essenciais foram obtidos através de arraste de vapor em Clevenger, sendo testados
nas concentrações de 6,25 a 0,024 mg.mL-1 e os extratos hidroalcóolicos através de
rotaevaporador, sendo testados nas concentrações de 6,25 a 0,02 mg mL-1. As
diluições dos óleos e dos extratos foram distribuídas em placas de 96 poços, sob as
monocamadas de células das linhagens B16F10 e MDBK, que foram incubadas por
24 e 48 horas, em 37°C com atmosfera úmida e 5% de CO2. A viabilidade celular foi
avaliada pelo ensaio MTT e a leitura feita em espectrofotômetro (540nm) em dois
tempos (24 e 48 horas). Todos os óleos avaliados foram efetivos em inibir as células
de melanoma, porém não houve diferença significativa entre eles e entre suas
concentrações, assim como em relação a citotoxicidade na linhagem MDBK. As
concentrações efetivas e não tóxicas dos óleos essenciais de O. majorana e O.
vulgare foram 490 e 245 µg.mL-1. O óleo de R. officinalis, apresentou elevada
toxicidade nas concentrações efetivas nas células B16F10. Os compostos
majoritários identificados foram 1-8 cineol, canfora e α-pinene, no óleo essencial de
R. officinalis; 4-terpineol, 4-carene e 5-isopropyl-2-methylbicyclo no óleo essencial
de O. majorana e γ-terpineno, 4-terpineol e hidroxy-p-cymene no óleo essencial de
O. vulgare. Os extratos avaliados apresentaram atividade antiproliferativa em células
tumorais e normais dependente do tempo e da dose, tendo maiores porcentagens
de inibição celular em 48 horas do que em 24. Os extratos hidroalcóolicos de B.
forficata, E. uniflora e O. vulgare em 48 horas, apresentaram os melhores resultados
antiproliferativos em células de melanoma, uma vez que atingiram moderada
atividade inibitória nas células B16F10 em concentrações com baixa toxicidade para
as células MDBK. O extrato de S. terebinthifolius não exibiu atividade satisfatória nas
células tumorais, quando cruzadas as concentrações efetivas e tóxicas. Assim,
conclui-se que os óleos essenciais de O. majorana e de O. vulgare e os extratos
hidroalcóolicos de Origanum vulgare, Eugenia uniflora e Bauhinia forficata
apresentam melhor atividade antiproliferativa in vitro em células de melanoma,
quando comparados ao óleo essencial R. Officinalis e o extrato hidroalcóolico de S.
terebinthifolius,e representam promissoras fontes de estudo para o desenvolvimento
de novos fármacos antineoplásicos. Os melanomas cutâneos são frequentes na
rotina do HCV, estando o seu comportamento biológico relacionado principalmente
com o tamanho do tumor e a presença de metástases.