Realizaram-se dois trabalhos com o objetivo de avaliar a influência da ordem de parto sobre o
desempenho produtivo de porcas lactantes e realizar uma metanálise para determinar o nível
de lisina digestível e sua influência sobre o desempenho produtivo de porcas primíparas
lactantes. No primeiro estudo, 200 porcas lactantes foram distribuídas em delineamento
experimental inteiramente casualizado, composto por quatro tratamentos (1ª e 2ª; 3ª a 5ª; 6ª e
7ª; 8ª a 11ª ordem de parto), com 40, 81, 32 e 47 repetições, respectivamente. A ordem de
parto não influenciou (P>0,05) o número de leitões desmamados, peso dos leitões e leitegada
ao desmame, ganho de peso dos leitões e leitegada e mortalidade. Verificou-se maior
(P<0,05) ocorrência total e percentual de diarreias em leitões de porcas de terceira a quinta
ordem de parto. O pior escore fecal foi obtido em leitões de porcas de primeira e segunda
ordem de parto. A ordem de parto também influenciou (P<0,05) o percentual de incidência
média diária de diarreia nos leitões, na qual a maior incidência ocorreu em leitões de porcas
de primeira e segunda ordem de parto. Concluiu-se que a ordem de parto das porcas não
influencia o desempenho produtivo das porcas lactantes, ainda que leitões oriundos de porcas
de primeira e segunda ordem de parto apresentem maior incidência diária de diarreia e maior
grau de severidade das diarreias. No segundo estudo, a base de dados da metanálise foi
desenvolvida a partir de artigos científicos nacionais e internacionais sobre a associação entre,
lisina, proteína bruta e porcas primíparas lactantes. A base de dados foi composta de 30
publicações, 155 dietas e 4.154 porcas primíparas lactantes. Os níveis de lisina digestível dos
estudos variaram de 0,22 a 1,43% com valores médios de 0,85% de lisina digestível nas
dietas, com consumo de 41,25 g/dia. O consumo de lisina digestível das porcas apresentou
correlação positiva (P<0,05) com o consumo de ração, aminoácidos essenciais, proteína bruta,
energia metabolizável, perda de peso corporal da porca, produção de leite, número e peso de
leitões ao desmame. O consumo de lisina indicou correlação negativa (P<0,05) para espessura
de toucinho ao desmame e intervalo desmame-cio. Observou-se efeito quadrático (P<0,001)
da perda de peso corporal da porca e ganho de peso diário dos leitões e efeito quadrático
(P<0,01) do peso dos leitões ao desmame em função do aumento do nível de lisina da dieta. O
nível de 1,04% de lisina digestível indica a menor perda de peso da porca. O maior peso dos
leitões ao desmame e maior ganho de peso diário dos leitões é verificado com a inclusão de
1,30% e 1,07% de lisina digestível na dieta, respectivamente.