Os sistemas agrossilvipastoris fornecem a possibilidade de melhor utilização da terra,
além de melhorias na fertilidade do solo, qualidade da forragem e do microclima. Apesar das
melhorias, o ambiente sofre influência marcante do sombreamento fornecido pelas árvores,
isso diminui a produtividade da forrageira e pode acarretar em diminuição na produtividade
animal. Assim, com o presente trabalho, objetivou-se avaliar três sistemas de integração com
diferentes densidades de árvores de eucalipto com vistas à produção de gado de corte. Foram
avaliados os sistemas de integração: lavoura-pecuária-floresta, com 357 árvores de
eucalipto/ha (ILPF1); lavoura-pecuária-floresta, com 227 árvores de eucalipto/ha (ILPF2) e
lavoura-pecuária (ILP, testemunha), com cinco árvores nativas remanescentes/ha. Para
avaliação da forrageira foi adotado o delineamento experimental em blocos casualizados, em
esquema de parcelas subdivididas, com quatro repetições. Os tratamentos da parcela
corresponderam aos sistemas de integração (ILPF1, ILPF2 e ILP), os tratamentos da
subparcela corresponderam às épocas do ano (verão, outono e inverno), para avaliação do
desempenho animal, foi utilizado o ganho médio diário (GMD) e ganho de peso vivo por área
(GPV), obtidos por pesagens a cada 28 dias com jejum prévio de 16 horas. Foi observado
maior produção de massa de forragem no verão (P<0,05) no sistema de ILP (3.234 kg/ha) e
ILPF2 (2.449 kg/ha) no qual este não se diferiu do ILPF1 (2.142 kg/ha), nas estações do
outono e inverno o ILP foi superior aos outros dois sistemas de integração. A produção de
massa seca de folhas do capim-piatã no verão foi superior no sistema de ILP (1.021 kg/ha) e
no ILPF2 (776 kg/ha) no qual este não diferiu do ILPF1 (637 kg/ha), no outono o ILP foi
superior aos demais sistemas e o ILPF1 obteve o menor valor, no inverno não houve diferença
em nenhum dos sistemas estudados. Maiores teores de PBf% no verão foram encontrados nos
sistemas de ILPF1 e 2 (10,15% e 10% respectivamente), no outono o maior valor observado
foi no ILPF1 (14,75%) e o menor no ILP (9,50%), no inverno o ILPF1 e ILPF2 obtiveram os
maiores valores, sendo que o ILPF2 não diferiu do ILP. Os maiores teores de FDNf% no
verão foram encontrados no ILP (72,50%), no outono o ILP foi superior ao ILPF1 e este não
diferiu do ILPF2, no inverno o ILP e ILPF2 foram superiores ao ILPF1. Maiores taxas de
lotação (UA/ha) no verão foram observadas no ILP e ILPF2 (3,35 e 2,96 UA/ha
respectivamente), no outono maior UA/ha foi no ILP (3,54) e menor no ILPF1 (0,39), no
inverno não houve diferença entre os tratamentos. Maiores Ganhos médios diários (GMD
g/animal/dia) foi na estação do verão (548 g/animal/dia). Foram observados maiores (GPV
kg/ha) no verão nos sistemas de ILP e ILPF2 (263 e 246 respectivamente) assim como na
estação do outono, no inverno não houve diferença em nenhum dos três sistemas. O sistema
de ILPF2 demonstrou ser o sistema com árvores mais propicio a produção animal apesar de o
sombreamento interferir na produtividade forrageira, mas isto é recompensando com melhores
teores nutricionais como a PB o que favorece os animais, por fornecer maior aporte de
nutrientes para o seu crescimento.