Este trabalho descreve a produção de Lipases de fungos endofíticos (Vermisporiumlike
e Emericella nidulans, isolados a partir de sementes de Jatropha curcas, bem
como Dichotomophtora portulacae e D. boerhaaviae), e testá-los contra os
dermatófitos Malassezia sp. e Microsporum canis, como bem como Leishmania
amazonensis e macrófagos derivados de células de medula óssea de murino.
Também foi realizada avaliação da composição fenólica e das propriedades
biológicas dos extratos etanólicos de Caryocar coriaceum Wittm e Ricinus communis
L., plantas presentes no bioma brasileiro Caatinga, os extratos foram preparados com
folhas (EEFRC) e talo (EETRC) de R. communis e folhas (EEFCC), polpa (EEPCC) e
casca (EECCC) de frutas de C. coriaceum. Isoquercitrina foi o principal flavonóide
encontrado por Cromatografia Liquida de Alta Performance, em todos os extratos. O
extrato com o maior teor de isoquercitrina foi EECCC com 129,198 μg.mL-1. EECCC
mostrou a melhor atividade antioxidante, em relação ao padrão. No ensaio de inibição
de acetilcolinesterase EEFCC e EETRC demonstraram atividade inibidora superior a
fisostigmina, padrão. Na atividade antimicrobiana os extratos mostraram semelhante
MIC e MFC de 39,06 e 4,88 μg.mL-1, respectivamente, para Malassezia sp. e
Microsporum canis. Os extratos mais promissores fungicidas foram os de EEFCC e
EETRC, talvez devido à grande quantidade de flavonóides. Portanto, estes resultados
sugerem um potencial biotecnológico de metabolitos secundários de extratos
etanólicos de C. coriaceum e R. communis para o desenvolvimento de novas drogas,
corroborando o potencial farmacológico das espécies. Extratos de Dichotomophtora
demonstraram melhor ação fungicida, usando patógenos fúngicos da pele animal.
Todos os extratos de fungos foram eficazes contra a forma promastigota de
Leishmania amazonensis em 5 mg.mL-1. Os extratos contra formas amastigotas,
respectivamente, causaram o decréscimo de 78,88, 39,65, 63,17 e 98,13% de
macrófagos infectados. Os resultados atuais levam a um índice de seletividade de
19,56, 30,68, 18,09 e 20,99, respectivamente, demonstrando o potencial destes
extratos de fungos contra patógenos da pele. As propriedades terapêuticas de fungos
e vegetais conduzem à pesquisa dos princípios ativos de várias espécies. A
exploração destes recursos pode levar a identificação de metabólitos inestimáveis
que podem servir como drogas ou ao desenvolvimento de substâncias terapêuticas.