Muitos alunos do Ensino Médio apresentam dificuldades de aprendizado em Química. De acordo com alguns autores como Rogado (2004), Gomes e Macedo (2007), esse obstáculo está relacionado a alguns fatores, tais como: o próprio conteúdo da disciplina, que apresenta um grau de dificuldade elevado, o desinteresse e a desmotivação dos alunos pela matéria e as metodologias pouco atrativas empregadas por alguns professores em sala de aula. Para atenuar essa situação, muitos docentes estão se utilizando de ferramentas didáticas alternativas, que possam ser utilizadas como auxílio nas aulas de Química. Uma dessas ferramentas é o lúdico através de jogos educacionais. Esta tem sido largamente utilizada por muitos no intuito de proporcionar aprendizagem em determinados conteúdos. O objetivo deste trabalho consiste em analisar a influência dos jogos químicos na aprendizagem dos alunos, bem como sua eficácia como instrumento facilitador desta, levando-se em consideração seus aspectos positivos e negativos. Objetiva-se, também, verificar as situações mais adequadas para a aplicação deste recurso, tendo por base as opiniões dos alunos a respeito dos jogos aplicados. Para a realização desta pesquisa, foram escolhidas duas turmas de nível médio/técnico do IFRN, campus Ipanguaçu. Em cada turma foi aplicado um jogo depois de um período de ministração teórica do conteúdo escolhido. Em uma das salas, utilizou-se o “Bingo Químico” para o estudo da tabela periódica e na outra, o “Jogo do Sim ou Não” para o estudo de nomenclatura dos hidrocarbonetos. Também foram realizadas duas avaliações para ambas, uma antes do jogo e outra depois deste. Houve ainda, a realização de um debate entre o professor e os alunos, em cada sala, sobre a execução do jogo e se este foi capaz de proporcionar um ambiente favorável à aprendizagem. Os resultados das avaliações aplicadas antes dos jogos mostraram que muitos alunos apresentaram desempenho abaixo do ideal, ou seja, vários deles não conseguiram alcançar sequer a nota seis, que corresponde a média da instituição. Por outro lado, depois do período de aplicação dos jogos, percebeu-se que houve uma evolução significativa nos resultados das notas dos mesmos alunos na segunda avaliação. No entanto, outros não conseguiram melhorar seu desempenho, isto é, mesmo depois do jogo, alguns alunos ainda apresentavam dificuldades de aprendizado nos conteúdos trabalhados. Essas constatações foram de encontro ao que se observou nos debates realizados depois dos jogos. A maior parte dos depoimentos dos alunos foi favorável a aplicação de jogos didáticos nas aulas de Química, pois estes proporcionaram, não só um ambiente mais agradável e instigante, por causa do dinamismo, como também a aprendizagem de conteúdos. Houve também, em uma quantidade menor, depoimentos não favoráveis a utilização desta ferramenta didática, pois, segundo eles, não possibilitou a concretização do conhecimento. A partir deste trabalho, pôde-se concluir que o lúdico através de jogos apresenta alguns aspectos negativos, por isso não deve ser visto como instrumento capaz de sanar todas as dificuldades dos alunos. Porém, pode ser utilizado como ferramenta facilitadora da aprendizagem e como instrumento que pode permitir que os alunos sintam-se motivados a assistir uma aula de Química.