A salmonelose é uma enfermidade de importância mundial que preocupa as autoridades sanitárias pelo potencial zoonótico e por ser barreira ao comércio internacional de alimentos. Alguns sorovares são diretamente associados à saúde pública por serem mais incriminados na etiologia da enfermidade em humanos, mas outros, como S. Minnesota, têm trazido preocupação pelo aumento no número de isolamentos na cadeia de produção de frangos de corte. Pouco se conhece sobre a virulência deste sorovar e seu potencial em causar doença humana. Objetivou-se avaliar características de virulência, o perfil de resistência antimicrobiana e o padrão de similaridade genética de 71 cepas de S. Minessota isoladas na cadeia produtiva de frangos de corte. As cepas foram isoladas no período de 2009 a 2010 em duas unidades de uma empresa (A e B) com ciclo completo de produção, localizadas em estados diferentes. Os isolados foram sorotipificados e submetidos ao teste de susceptibilidade antimicrobiana pelo teste de difusão em disco. Após, utilizando PCR, foi avaliada a presença dos genes invA (invasão), lpfA (fímbria-adesão), agfA (fímbria-biofilme) e sefA (fímbria-adesão). Utilizando PCR, foi realizada a identificação de genes de resistência aos beta-lactâmicos (blaTEM, blaSHV e blaCTX-M). A relação filogenética foi determinada por método de RAPD-PCR. Dentre as drogas testadas, os maiores percentuais de resistência foram para tetraciclina e sulfonamida, com 93,8% na unidade A e 89,7% na unidade B. Foram reconhecidos oito perfis de resistência aos antimicrobianos (A1 a A8) dentre as cepas isoladas na indústria A, sendo que 30 (93,8%) apresentaram resistência ou resistência intermediária a pelo menos um antibiótico. Dezesseis (53,3%) foram resistentes a dois antimicrobianos (A1) e 14 (46,7%) consideradas multi resistentes, pois apresentaram resistência a três ou mais classes de drogas (A2 a A7). Das 39 cepas provenientes da indústria B, 11 perfis foram identificados (B1 a B11), sendo 35 (89,7%) cepas resistentes ou com resistência intermediária a pelo menos uma droga. Destas, 10 (28,6%) foram resistentes a dois antibióticos (B1), e 25 (71,4%) multi resistentes (B2 a B10). Do total de cepas das duas indústrias, 100% foram positivas para o gene invA, 98,6% para o gene agfA, 49,3% para o gene lpfA e nenhuma cepa apresentou o gene sefA. Houve 52,1% de positividade para dois genes concomitantemente, e 47,9% para três dos genes avaliados. Quanto aos genes de resistência estudados, apenas três cepas foram positivas para o gene blaTEM (4,2%), 11 (15,5%) para o gene blaCTX-M, não havendo positividade para o gene blaSHV. A avaliação filogenética demonstrou a presença de sete clusters com similaridade superior a 80% e três perfis distintos. Com base no dendrograma observou-se a disseminação de um mesmo perfil em ambas as empresas, a ração como possível fonte de contaminação e a persistência do agente por longos períodos no ambiente. A presença dos genes de virulência e o perfil de resistência aos antimicrobianos observados nas cepas de S. Minnesota demonstram a necessidade de um constante monitoramento na cadeia de produção avícola para minimizar os perigos de contaminação do produto final.