Considerando que desde 2009, a Universidade Federal de Goiás (UFG) Regional Goiânia, por meio do programa UFG/Inclui, vem trabalhando com o sistema de cotas, que contempla os alunos provenientes de escola pública, negros, indígenas, surdos e quilombolas, o presente estudo procura compreender como os cursos de licenciatura presenciais da UFG estão apoiando o reconhecimento dos seus alunos que entraram por meio do sistema de cotas. A partir da abordagem hermenêutica, o estudo buscou alcançar os seguintes objetivos específicos: identificar o número de alunos que entraram pelo sistema de cotas ingressos e evadidos das licenciaturas da UFG Regional Goiânia; compreender as estratégias da UFG no reconhecimento das diferenças; analisar como o reconhecimento dentro da universidade pode influenciar na formação docente. Como suporte teórico utilizou-se, principalmente, Honneth (2003), Nóvoa (1992; 1999), Imbernón (2011) e Brzezinski (2002; 2008). Para a produção de dados, aplicou-se, em um primeiro momento, um questionário aos coordenadores dos cursos de licenciatura presenciais e realizou-se a análise dos documentos do programa UFG/Inclui, da legislação e regulamento da UFG. Em um segundo momento, aplicou-se também um questionário aos alunos ingressos pelo sistema de cotas nos cursos de licenciatura presenciais com o intuito de averiguar como os estudantes do sistema de cotas se percebem dentro da universidade no que se refere ao seu reconhecimento diante do outro. Os resultados indicam que a UFG, por meio do programa UFG/Inclui, vem democratizando o acesso à Educação Superior e promovendo ações de permanência. No entanto, este apresenta lacunas como a falta de apoio pedagógico e a insuficiência de bolsas. O estudo nos permitiu certificar a inativação dos alunos provenientes do sistema de cotas devido ao baixo desenvolvimento nas disciplinas, dificuldade de conciliar estudo e trabalho, reprovação, não efetivação da matrícula, opção por outro curso e problema financeiro. Lembrando que alguns cursos como física, geografia, química, história e pedagogia têm um percentual maior de desistentes. Foi possível também identificar que a questão do reconhecimento é abordada de forma superficial pela instituição, não sendo levadas em conta as particularidades e individualidades dos sujeitos que a integram. Esses fatores refletem de forma negativa na formação dos futuros professores, pois a falta de reconhecimento tem influência na construção da identidade e na autorrealização do profissional docente da área.