A ovinocultura de corte está em constante ascensão no Brasil e tal fato leva ao aumento do número de animais confinados, visando maior ganho de peso em curto período de tempo. Tal situação predispõe os ovinos a desordens como acidose láctica ruminal aguda (ALRA) e, consequentemente, laminite aguda, as quais geram problemas econômicos pelos custos do tratamento, menor produtividade do rebanho e descarte de animais. Dez ovelhas adultas foram induzidas à ALRA através da administração oral de sacarose; posteriormente foram avaliadas quando ao exame físico além das análises hemogasimétricas arteriais, hematológicas, avaliação da glicose e lactato plasmáticos, proteinograma sérico e zimografia para detecção das metaloproteinases 2 e 9. Todos os animais tiveram sinais clínicos de ALRA, a frequência respiratória permaneceu elevada até às 36 horas, retornando à normalidade com 48 horas. Cinco animais apresentam sinais clínicos característicos de laminite aguda, porém não foi necessária a realização de tratamento clínico. Os valores da contagem de hemácias, volume globular, hemoglobina, leucócitos totais e neutrófilos bastonetes e segmentados elevaram-se nas 24 horas. Os teores de glicose aumentaram até as 8 horas pelo aumento da síntese dos ácidos graxos voláteis e posterior absorção sanguínea; o lactato apresentou aumento até as 24 horas, com posterior diminuição dos valores. A partir de 4 horas ocorreu elevação do pH, bicarbonato e excesso de base. Após 12 horas, os animais apresentaram acidose metabólica. Com 28 horas houve normalização dos parâmetros hemogasimétricos, sem necessidade de tratamento. No proteinograma sérico foram identificadas 13 proteínas: imunoglobulinas A (IgA) e G (IgG), ceruloplasmina (Cp), transferrina (Tf), albumina (Ab), α1-antitripsina (α1AT), haptoglobina (Hp), α1-glicoproteína ácida (α1GA), 95 (PPM95), 46 (PPM46), 36 (PPM36) e 31 (PMM31) kDa proteínas de peso molecular. Em todos os animais com ALRA a proteína total apresentou alterações a partir de 08 horas, coincidindo com os sinais clínicos de desidratação, que ocorreram até 36 horas após a indução. Somente as formas pró-ativas das MMPs foram expressas nos géis de zimografia, com aumento dos valores ocorrendo principalmente entre 32 e 144 horas. Em equinos acredita-se que as MMPs são, também, causa de laminite após episódios de abdômen agudo. Acredita-se que, em ruminantes, as MMPs apresentam a mesma dinâmica que a apresentada em equinos, embora nos ovinos estudados não foi possível identificar estas enzimas.