A condição corporal pode estar relacionada com eficiência de produção de carne e de habilidade materna. Até o presente momento, o conhecimento das relações entre o escore condição corporal (ECC) e características de desempenho produtivo é escasso para animais zebuínos. Assim, os objetivos deste trabalho foram: demonstrar a importância da avaliação da condição corporal, investigar o desempenho ao sobreano como indicador da condição corporal, quantificar as relações entre o ECC e o tamanho adulto e verificar a possibilidade de inclusão do ECC em índice de seleção de vacas Nelore. O ECC foi atribuído no diagnóstico de gestação ou no desmame, variando de 1 a 5 pontos. No modelo de análise para ECC, foram considerados os seguintes efeitos sistemáticos: grupo de contemporâneas (GC), ordem de parto, peso adulto (excluído na análise com peso ao sobreano), idade ao primeiro parto (excluído na análise com idade ao primeiro parto), peso do bezerro ao desmame (PD). Foram incluídos no modelo de peso ao sobreano (PS) os efeitos de GC e idade ao sobreano (efeitos linear e quadrático). Nos modelos dos escores visuais de conformação (C), precocidade (P), musculosidade (M) e ganho de peso do desmame ao sobreano (GS), considerou-se: efeitos de GC, idade ao sobreano (efeitos linear e quadrático) e idade da vaca ao parto (efeitos linear e quadrático). No modelo de altura de garupa ao sobreano (AGS) incluiu os efeitos de GC, idade ao sobreano (efeitos linear e quadrático) e idade da vaca ao parto (efeito linear). O modelo de peso adulto (PA) contemplou os efeitos de GC, idade ao primeiro parto, idade na pesagem (efeitos linear e quadrático) e o peso do bezerro ao pé. Para altura de garupa adulta (AG) foram considerados os efeitos de GC e idade ao primeiro parto (linear). Para a análise de idade ao primeiro parto (IPP) apenas o efeito de GC considerado. Para reconcepção (REC), incluiu-se os efeitos de GC, PA, IPP, intervalo de partos (IP) e PD. No modelo de IP, os efeitos de GC, fase gestacional, IPP, PA e PD foram incluídos. Por meio de inferência bayesiana, ajustaram-se modelos animais limiar-linear e limiar-limiar, considerando priores uniformes. As estimativas de herdabilidade para ECC variaram de 0,20 (± 0,04) a 0,34 (± 0,11). Considerando a magnitude das estimativas de herdabilidade obtidas para as características estudadas, somente REC (0,06 ± 0,02) e IP (0,04 ± 0,01) não apresentam suficiente variabilidade genética para responder à seleção direta. Estimativas de correlações genéticas positivas foram verificadas entre ECC e M (0,81, ± 0,10), ECC e P (0,74, ± 0,11), ECC e PA (0,58, ± 0,05), ECC e REC (0,57, ± 0,19), ECC e PS (0,35, ± 0,10), ECC e GS (0,20, ± 0,18), ECC e C (0,14, ± 0,17); e negativas entre ECC e AGS (-0,41, ± 0,16), ECC e IPP (-0,24, ± 0,07), ECC e IP (-0,20, ± 0,21) e ECC e AG (-0,17, ± 0,10). As estimativas de correlação ambiental entre ECC e PA, ECC e M, ECC e P, ECC e C, ECC e AG, ECC e PS foram 0,55 (± 0,05), -0,28 (± 0,14), -0,19 (± 0,14), -0,17 (± 0,12) e 0,11 (± 0,03), respectivamente. Em contrapartida, não houve correlação ambiental entre ECC e demais características estudadas. Os resultados sugerem que, com exceção de GS e C, as características mensuradas ao sobreano podem acarretar em mudanças favoráveis no ECC. Posteriormente, recomenda-se a seleção de vacas para maior ECC e altura mediana à maturidade com intuito da correção do tamanho adulto, melhoria reprodutiva e garantia de rendimento de carcaça.