Atualmente o peixe mais produzido no mundo, a carpa capim (Ctenopharyngodon idella) tem como particularidade a presença de dentes faringeanos, que auxiliam na maceração do alimento consumido. A disponibilidade de dietas com digestibilidade adequada e crescimento ótimo, são fator chave para o desenvolvimento da aquicultura. Assim, busca-se dietas baseadas em alimentos alternativos e de custo reduzido. Através da análise da capacidade fermentativa de carboidratos, é possível estimar a contribuição nutricional deste ingrediente, que posteriormente pode ser incluído na alimentação animal. O objetivo deste trabalho foi avaliar o desempenho produtivo e a capacidade fermentativa de inóculos intestinais de carpas capim, alimentadas com ração comercial e suplementados com três dietas contendo as forragens alfafa (Medicago sativa), capim elefante (Pennisetum purpureum) e capim papuã (Brachiaria plantaginea). Trezentos juvenis de carpas capim com peso médio de 46,0 ±12,4 g e comprimento médio 15,0 ±1,25 cm foram estocados em 12 tanques experimentais com 400 litros de volume, mantidos em sistema de recirculação de água. A alimentação foi ofertada diariamente, pela manhã ração comercial para todas as unidades experimentais no percentual de 1% do peso vivo (PV) dos animais. No período da tarde, o tratamento controle recebeu ração comercial baseada em 2,5% do PV, já nos tratamentos onde foi ofertada suplementação com alfafa, capim elefante ou capim papuã foram alimentados em 5% do PV. Após 60 dias, os animais foram abatidos, passaram por biometria, tiveram o trato gastrintestinal retirado, pesado e medido. Para a avaliação da capacidade fermentativa, foi preparado um meio de cultivo anaeróbio contendo solução basal, carboidrato e inóculos do trato gastrintestinal. Os frascos contendo os inóculos o material inoculado, foram incubados a uma temperatura de 26°C por um período de 48 h. Em intervalos de 6 h foram coletadas alíquotas deste conteúdo fermentado para análise de pH, gás e nitrogênio amoniacal. Os parâmetros físico-químicos de qualidade da água durante o período experimental foram condizentes com os recomendados para a espécie. Para o ganho de peso e taxa de crescimento específico, os melhores índices produtivos foram observados no tratamento controle, sendo este precedido do tratamento com suplementação de alfafa. Já a conversão alimentar foi estatisticamente igual nos tratamentos contendo alfafa, capim elefante e exclusivamente ração comercial. O capim papuã foi a forragem com aparente menor potencial de utilização para a suplementação de carpas capim. A avaliação capacidade fermentativa, indicou a aptidão para a fermentação de carboidratos no intestino da carpa capim. Os resultados demonstram ainda que a utilização de fontes vegetais pode ser uma alternativa para a suplementação de alfafa e capim elefante na recria de carpa capim.