Objetivou-se estudar comparativamente os efeitos da administração seriada de 100¿g de deslorelina por via intramuscular frente ao implante de liberação continuada de deslorelina (4,7mg), sobre a supressão temporária do crescimento folicular ovariano em ovelhas Bergamácia, visando a aplicação em biotecnologias do controle da ovulação. Após um período de adaptação e monitoramento da ciclicidade, as ovelhas tiveram o estro sincronizado pelo emprego de dispositivo intravaginal Eazi-Breed CIDR®, (0,33g de progesterona) de segundo uso, por 12 dias e administração única, pela via intramuscular, de 350UI de eCG concomitantemente à retirada do dispositivo. Foram coletadas amostras de sangue para confirmação da ovulação e ciclicidade através da quantificação de progesterona no plasma sendo considerados animais com atividade lútea aqueles que apresentaram valores igual ou superior a 1ng/mL. Decorridos seis dias da ovulação, as fêmeas foram então divididas em quatro grupos: G0 (Controle): animais sem tratamento; G1 (DES 48h); animais submetidos a aplicações intramusculares de 100¿g de deslorelina a cada 48 horas durante sete dias; G2 (DES 72h): animais submetidos a aplicações intramusculares de 100¿g de deslorelina a cada 72 horas durante sete dias; e G3 (Implante): animais com implante subcutâneo contendo 4,7mg de deslorelina que permaneceu por sete dias. Durante o período de tratamento específico de cada um dos grupos (sete dias), os animais tiveram os ovários monitorados ultrassonograficamente uma vez ao dia para a constatação da supressão do crescimento folicular, sendo os folículos presentes nos ovários classificados em pequenos, com diâmetro de 2 a 2,9mm, médios, com diâmetro de 3 a 4,4mm e grandes, com diâmetro ¿4,5mm. O monitoramento ultrassonográfico ovariano foi mantido após o término dos tratamentos, até que 100% das ovelhas retomasse a atividade de crescimento folicular. A população folicular foi comparada por classe do mesmo grupo e entre os grupos durante o período de tratamento com deslorelina. O G0 (Controle) não apresentou xi diferença (p>0,05) entre as classes de folículos sendo que o tempo decorrido pós-sincronização não permitiu caracterizar o típico padrão em onda de crescimento folicular. O G1 (DES 48h) não apresentou diferença (p>0,05) na classe de folículos pequenos e para a classe de folículos médios, houve diferença (p<0,05) ao longo do tratamento a partir do D6 em relação ao D0 e para a classe de folículos grandes houve diferença (p<0,05) no D2 em relação aos demais dias. Para G2 (DES 72h) não houve diferença (p>0,05) nas classes de folículos pequenos, médios e grandes. Para o G3 (Implante), na classe de folículos médios ocorreu diferença (p<0,05) no D3 e no D7, sem que houvesse diferença (p>0,05) para a classe folículos pequenos e grandes ao longo do tratamento. Comparando a classe de folículos médios entre os grupos foi encontrada diferença (p<0,05) entre o G0 (Controle) com os demais grupos a partir do D6. Comparando a classe de folículos grandes encontrou-se diferença (p<0,05) entre o G0 (Controle) e o G1(DES 48h) somente no D4 (0,83 ± 0,75 vs 0 ± 0), entre o G0 (Controle) e o G2 (DES 72h) somente no D4 (0,83 ± 0,75 vs 0 ± 0) e entre o G0 (Controle) e o G3 (Implante) não existiu diferença (p>0,05). Quando somada a população de folículos médios e grandes o G1(DES 48h) difere entre os dias do D6 em diante e em relação ao D0 e em relação ao G0 (Controle) do D4 em diante e o G2 (DES 72h) e G3 (Implante) difere do G0 (Controle) do D5 em diante. Em todos os tratamentos a deslorelina exerceu efeito de supressão temporária de crescimento folicular não havendo influência da forma de administração (p>0,05) sobre o tempo de retorno da atividade ovariana, que em média ocorreu com 12 dias.