1.1 Introdução
A doença de Huntington tem sua etiologia e história natural amplamente reconhecidos e descritos na literatura(1). Proeminentes esforços estão em andamento para se instituir agentes terapêuticos seguros e eficazes para diversas doenças neurodegenerativas, incluindo a doença de Huntington(2). Torna-se necessário portanto o desenvolvimento de biomarcadores sensíveis e específicos para avaliação da resposta terapêutica e isto se aplica à fase prodrômica da doença de Huntington também denominada fase pré-sintomática (pré-DH), premanifesta(3) ou pré-clínica(4,5).
Sabe-se que diversas alterações estruturais estão presentes no cérebro de pacientes com doença de Huntington, sendo que as mais evidentes envolvem a substância cinzenta profunda, particularmente o neoestriado (núcleo caudado e putâmen). Estas alterações foram primeiramente observadas aos estudos post mortem e posteriormente in vivo com o desenvolvimento da Tomografia Computadorizada (TC) em pacientes em fases avançadas da doença. Em um primeiro momento, não se observavam nítidas alterações anatômicas em sujeitos na fase pré-sintomática da Doença de Huntington em relação a controles normais. Com o desenvolvimento e aprimoramento de imagens de alta resolução por Ressonância Magnética (RM) e com o avanço de técnicas de pós-processamento das imagens adquiridas, tornou-se possível uma avaliação mais precisa de diversas variáveis como o volume das estruturas subcorticais. Através destes métodos, quando comparados sujeitos pré-HD e controles
A doença de Huntington tem sua etiologia e história natural amplamente reconhecidos e descritos na literatura(1). Proeminentes esforços estão em andamento para se instituir agentes terapêuticos seguros e eficazes para diversas doenças neurodegenerativas, incluindo a doença de Huntington(2). Torna-se necessário portanto o desenvolvimento de biomarcadores sensíveis e específicos para avaliação da resposta terapêutica e isto se aplica à fase prodrômica da doença de Huntington também denominada fase pré-sintomática (pré-DH), premanifesta(3) ou pré-clínica(4,5).
Sabe-se que diversas alterações estruturais estão presentes no cérebro de pacientes com doença de Huntington, sendo que as mais evidentes envolvem a substância cinzenta profunda, particularmente o neoestriado (núcleo caudado e putâmen). Estas alterações foram primeiramente observadas aos estudos post mortem e posteriormente in vivo com o desenvolvimento da Tomografia Computadorizada (TC) em pacientes em fases avançadas da doença. Em um primeiro momento, não se observavam nítidas alterações anatômicas em sujeitos na fase pré-sintomática da Doença de Huntington em relação a controles normais. Com o desenvolvimento e aprimoramento de imagens de alta resolução por Ressonância Magnética (RM) e com o avanço de técnicas de pós-processamento das imagens adquiridas, tornou-se possível uma avaliação mais precisa de diversas variáveis como o volume das estruturas subcorticais. Através destes métodos, quando comparados sujeitos pré-HD e controles sadios, nítidas diferenças volumétricas foram demonstradas de forma transversal e longitudinal entre o córtex(6-10), substância branca(8-11) e estruturas subcorticais(10,12-15). Enquanto estudos pregressos utilizavam técnicas manuais de pós-processamento para delineamento destas estruturas(16,17), mais trabalhosas e sujeitas a maior variabilidade intra e inter-examinador, estudos mais recentes empregam métodos totalmente automatizados(18-24). Estes métodos têm se demonstrado mais rápidos, consumindo um tempo significativamente menor por parte do examinador, não sendo também suscetíveis ao viés inerente à técnica manual de reconhecimento das estruturas anatômicas que depende do conhecimento do examinador e de sua capacidade de diferenciar interfaces anatômicas por vezes submilimétricas. Os métodos de aferição volumétrica automatizada podem ser baseados em voxel ou superfície, este último mais preciso devido sua resolução não ser limitada em virtude do voxel sendo também menos sensível ao ruído e efeito de volume parcial(25). Atualmente, dentre os programas mais utilizados para segmentação das diversas estruturas cerebrais esta o FreeSurfer (FS) desenvolvido pelo Martinos Center Massachusetts Institute of Technology-Harvard.