O estudo foi realizado para avaliar a eficiência da aplicação de subdoses de prostaglandina F2α (PGF2α) e de gonadotrofina coriônica equina (eCG) no acuponto Hou Hai, na sincronização de estro de cabras, por meio do comportamento reprodutivo, taxa de gestação, prolificidade, taxa de crescimento folicular, momento de ovulação e o custo dos protocolos. Um total de oitenta e sete cabras mestiças da raça Anglonubiana foram avaliadas em duas etapas experimentais, sendo sessenta e nove e dezoito cabras, respectivamente, para a primeira e segunda etapa, com idade média de 2,73 ± 0,03 anos, não lactantes e com condição corporal de 2,1 ± 0,17. As cabras receberam esponjas intravaginais impregnadas com 60mg de acetato de medroxiprogesterona por sete dias e foram distribuídas aleatoriamente em três grupos (G), sendo: G1 (n=23) - aplicação de 125μg de um análogo sintético da PGF2α (Cloprostenol sódico) no sexto dia (D6) e 300UI de eCG no D7, ambos por via intramuscular (IM); G2 (n=23) e G3 (n=23) - aplicação de 37,5μg de PGF2α no D6 e 90UI de eCG no D7, aplicados no acuponto Hou Hai e em falso acuponto (IM), respectivamente. Após a retirada das esponjas, o estro foi detectado a cada 12 horas utilizando um reprodutor. Os parâmetros de comportamento reprodutivo avaliados foram: porcentagem de animais em estro (%), os intervalos entre a retirada da esponja ao início do estro e ao final do estro e a duração do estro, em horas (h). As avaliações do crescimento folicular e ovulação foram realizadas somente na segunda etapa do experimento, sendo iniciadas após a retirada das esponjas, em intervalos de 12 h, por ultrassonografia e finalizaram 12 h após a ovulação. Os parâmetros de crescimento folicular avaliados foram: número de ovulações, intervalo entre a retirada da esponja à ovulação (h), intervalo entre o início do estro à ovulação (h), taxa de crescimento folicular (mm/dia) e diâmetro do maior e do segundo maior folículo (mm). A taxa de gestação foi avaliada somente na primeira etapa experimental, após 30 e 60 dias da cobertura. Os dados de prolificidade foram obtidos pela média do número de cabritos nascidos por número de partos. Foi utilizado o delineamento inteiramente casualizado e os dados foram avaliados por Análise de Variância a 5% de probabilidade. Houve diferença para (P<0,05) o número de animais em estro na primeira etapa experimental, com o G1 (100%) e o G3 (91,3%) apresentando valores superiores ao G2 (74%). Todas as cabras apresentaram estro nos três grupos do segundo experimento (P>0,05). Não houve diferenças nos demais parâmetros de comportamento reprodutivo em ambos experimentos. Os intervalos da retirada da esponja: ao início do estro foi de 35,90±14,37h e 29,13±1,30h, e ao final do estro foi de 59,80±24,48h e 77,38±5,54h, respectivamente, para o primeiro e segundo experimento. A duração média do estro foi de 24,71±13,68h e 45,33±3,35h, respectivamente, para o primeiro e segundo experimento. Não houve diferença entre os grupos (P>0,05) para taxa de gestação com 30 dias (77,0%) e 60 dias (76,7%), somente avaliada na primeira etapa experimental. A prolificidade foi de 1,92±0,90, para o G1; 1,5±0,55, no G2 e 2,09±0,54, no G3, avaliada somente na primeira etapa experimental. Não houve diferença para os parâmetros de crescimento folicular e ovulação entre os grupos (P>0,05), sendo a taxa de crescimento folicular de 2,14±0,09mm/dia, o diâmetro médio do maior folículo de 7,39±0,16mm e do segundo maior folículo de 5,83±1,56mm. O intervalo da retirada da esponja à ovulação apresentou média de 54,98±2,74h, o intervalo do início do estro a ovulação foi de 25,85±4,03h e o número de ovulações médias foi de 1,66±0,15. Entretanto o custo dos protocolos foi maior para o G1 (US$ 7,43 e 7,05), em comparação ao G2 e G3 (US$ 4,11 e 3,87). O uso de 37,5ug de PGF2α e de 90UI de eCG aplicados no acuponto Hou Hai ou em falso acuponto foram eficientes em estimular o estro em caprinos pela indução da luteólise, por não alterar a taxa de gestação, prolificidade, crescimento folicular e a ovulação em cabras submetidas à protocolos de sincronização de estro, com menor custo, comparado aos protocolos tradicionais. Contudo, sugere-se adotar o falso acuponto pela praticidade na aplicação, sendo necessária avaliação com doses hormonais ainda menores.