O objetivo deste estudo foi analisar, em tomografia computadorizada de feixe cônico (TCFC), as dimensões mandibulares de indivíduos simétricos e
assimétricos e compará-las entre os diferentes padrões esqueléticos sagitais, além de avaliar a espessura bilateral do tecido mole facial e investigar se há
compensação da assimetria óssea pelo tecido mole. A amostra foi composta por 97 TCFC obtidas de indivíduos com idade entre 11 e 28 anos e padrão facial vertical normal (20<FMA<30); sendo dividida de acordo com o desvio do ponto Mento (Me), constituindo os grupos: Simétrico (GSm), com desvio do ponto Me de 0 a 2 mm, e Assimétrico (GASm), com desvio acima de 3,5 mm. Para comparar as dimensões mandibulares nos padrões esqueléticos sagitais, cada grupo foi subdividido de acordo com o ângulo ANB, em: Classe I (CI), Classe II (CII) e Classe III (CIII). A avaliação das dimensões mandibulares (variáveis lineares e angulares) e da espessura de tecido mole facial (Em) foi realizada em reconstruções multiplanaresno software Dolphin Imaging®, versão 11.7 Premium (Dolphin Imaging, Chatsworth, Califórnia, USA). Para a análise da Em, foram localizados sete pontos bilaterais a partir do ponto Gônio (Go1, Go2, Go3, Go4, Go5, Go6 e Go7), contemplando mais duas variáveis: distância de tecido ósseo (Do) e distância de tecido mole (Dm). Dos 47 indivíduos assimétricos, 33 apresentaram desvio do mento para o lado esquerdo (70,2%). Na comparação entre os padrões esqueléticos sagitais, observou-se que as variáveis lineares CondílioMento(mm), RamoAltura(mm), CorpoComprimento(mm) e CôndiloAltura(mm) revelaram maiores médias em CIII
em relação à CII (p<0,05; p<0,01). As variáveis angulares Ramoanteropost(o), Mentogônios (o) e Mentocondílios(o) evidenciaram maiores médias em CII quando
comparadas à CIII (p<0,01). Na análise da espessura de tecido mole, não foi encontrada diferença significativa nas variáveis Do e Dm entre os lados direito e esquerdo no grupo Simétrico. No grupo Assimétrico, detectou-se significância estatística nas variáveis Do e Dm, sendo de valores maiores no lado desviado em
relação ao lado não desviado (p<0,01). Na avaliação de Em, foi observada diferença estatística somente no ponto Go3. Conclui-se que: 1) indivíduos assimétricos apresentaram diferenças significativas nas dimensões mandibulares entre os padrões esqueléticos sagitais de Classe II e Classe III, sem variações expressivas em relação à Classe I; 2) o tecido mole não compensa ou suaviza a assimetria óssea existente.