Teve-se como objetivo avaliar parâmetros genéticos para características de desempenho e escores visuais, bem como a classificação de tourinhos Nelore, obtidas em análises bayesianas multicaracterísticas com modelo linear e de limiar. Os tourinhos avaliados foram participantes de 538 provas de ganho em peso (PGP) realizadas entre 2003 e 2012, oficializadas pela Associação Brasileira de Criadores de Zebu, totalizando 24.910 animais. As características avaliadas foram peso corrigido aos 550 dias (P550), ganho médio diário (GMD), e escores visuais de estrutura corporal (E), precocidade (P), musculosidade (M), umbigo (U), caracterização racial (R), aprumos (A) e sexualidade (S). Nos modelos estatísticos foram considerados os efeitos fixos de PGP e a idade ao final da prova como covariável aninhada em PGP, e os efeitos aleatórios genético aditivo do animal e residual. Os modelos apresentaram-se apropriados para obtenção das estimativas de variâncias (genética aditiva, residual e fenotípica), herdabilidades e correlações (genéticas e fenotípicas), com obtenção de médias próximas, mas intervalos de alta densidade a 95% se sobrepondo, não caracterizando assim diferença entre as mesmas. As estimativas obtidas sugerem que as características avaliadas possuem potencial para seleção individual por apresentarem variabilidade genética e herdabilidades favoráveis. Os escores E, P e M apresentaram altas correlações favoráveis entre si e com as características de crescimento, indicando possibilidades de progresso genético em uma característica a partir da seleção em outra. Além disso, a seleção conjunta entre características de crescimento e escores visuais podem propiciar a seleção de animais com bom desempenho ponderal e que apresentem biótipos desejáveis. Quanto à classificação dos tourinhos pelos valores genéticos, não foi observada diferença significativa entre os modelos, com correlações Spearman acima de 0,99 quando considerados todos os animais. Observou-se diferença apenas quanto à classificação dos tourinhos considerados top 1% para cada característica. Essas diferenças observadas nas classificações dos tourinhos top 1%, aliadas à diferença no ajustamento dos modelos de acordo com o Deviance Information Criterion, onde o modelo de limiar apresentou melhor ajustamento, permitem afirmar que existe diferença na avaliação genética a partir de análises bayesianas com modelo linear e de limiar. Esses resultados indicam que modelo de limiar é mais adequado para escores visuais em programas de melhoramento genético de bovinos de corte.