Objetivou-se avaliar as características histomorfométricas dos testículos e ovários de suínos, em diferentes idades gestacionais, e correlacioná-las com o comprimento e perímetro cefálico, e perímetro torácico. Quarenta e quatro fetos provenientes de dezoito fêmeas gestantes DB-90 (DanBred) foram divididos por gênero e idade gestacional. As idades gestacionais foram 50, 80 e 106 dias de gestação, sendo que no primeiro e segundo grupos foram estudados 5 machos e 7 fêmeas, e no terceiro grupo, 5 machos e 9 fêmeas. Após o abate das marrãs, os fetos foram retirados e tiveram o comprimento cefálico e os perímetros cefálico e torácico determinados. Em seguida, as gônadas foram coletadas, pesadas e encaminhadas para análises histomorfométricas, como contagem de células e mensuração de estruturas que constituem as gônadas. Todas as características gonadais foram submetidas à ANOVA, e estatisticamente comparadas entre as diferentes idades gestacionais pelo teste SNK, com probalidade de 5%. As variáveis histomorfométricas foram correlacionadas com as medidas fetais pela correlação de Pearson. O peso das gônadas aumentou (P<0,05) de forma expressiva ao longo da gestação, especialmente no terço final. Aos 106 dias de gestação houve maior (P<0,05) comprimento cordonal e número de células de Sertoli nos testículos, porém, menor diâmetro dessas células a partir dos 80 dias de gestação. O peso, o comprimento cefálico, perímetros cefálico e torácico, foram positivamente correlacionados (P<0,01) com o peso dos testículos, comprimento cordonal, e número total de células de Sertoli, e negativamente correlacionados (P<0,02) com o índice gonadossomático e diâmetro médio das células de Sertoli. Quanto às análises dos ovários, o número total de folículos foi maior aos 80 e 106 dias, enquanto que o número de ovogônias diminuiu ao longo da gestação. O peso e as medidas fetais foram positivamente correlacionados (P<0,01) com peso dos ovários, número total de folículos, número de folículos em crescimento, volume total das ovogônias, porém, foram negativamente correlacionados (P<0,05) com o índice gonadossomático, número total de ovogônias e porcentagem de núcleo das ovogônias. Conclui-se que a proliferação celular no testículo é mais acentuada no terço final da gestação, assim como o desenvolvimento dos ovários e sua organização. O peso e o tamanho fetal podem ser utilizados para prever o desenvolvimento das gônadas.