presença da proteína tóxica ricina limita o uso do farelo e torta de mamona na
alimentação animal. Assim, objetivou-se desenvolver um novo processo de
biodestoxificação da ricina, e avaliar seu efeito sobre a composição química do farelo
não tratado para uso na alimentação animal. Para desenvolver o processo de
destoxificação, 30 amostras de 1 kg de farelo de mamona não tratado (contendo ricina e
com 40% de proteína bruta, base da matéria seca) foram distribuídas em um
delineamento experimental inteiramente casualizado, com seis procedimentos de
biodestoxificação e cinco repetições. A avaliação da eficácia de destoxificação da ricina
foi realizada por meio de eletroforese em gel SDS-PAGE, utilizando colorações com
Coomassie Blue Brilhant e com nitrato de prata. Dos seis procedimentos de
biodestoxificação testados, em apenas um ocorreu o completo desaparecimento das duas
sub unidades de ricina (29 e 36 kDa, aproximadamente) do gel. Foi enviado pedido de
depósito de patente deste método ao Escritório de Inovação Tecnológica da UFMT e ao
INPI (Processo EIT: 23108.704545/14-4; Oliveira A.S. et al. 2014). Por questões de
proteção de propriedade intelectual os procedimentos de biodestoxificação não foram
apresentados. O método proposto de biodestoxificação causou perdas de apenas 2,95%
de matéria seca (P<0,001) do farelo de mamona, e reduziu (P<0,001) o pH do farelo de
mamona não tratado (de 6,0 para 4,4). Todavia, não afetou os teores de matéria seca
(P=0,913), matéria orgânica (P=0,864), fibra em detergente neutro (P=0,640), proteína
bruta (P=0,983), extrato etéreo (P=0,274), nitrogênio insolúvel em detergente neutro
(P=0,192) e nitrogênio insolúvel em detergente ácido (P=0,149) do farelo de mamona
não tratado. O tratamento de biodestoxificação desenvolvido é eficaz na inativação da
ricina e não ocasiona perdas na composição química do farelo de mamona