Cada vez mais pesquisas evidenciam a importância de uma alimentação
saudável em fase precoce de vida, que constitui o período intrauterino e o primeiro
ano de vida. Os cuidados com a qualidade na alimentação da gestante e o estímulo
ao aleitamento materno até o segundo ano de vida proporcionam saúde ao feto e ao
lactente, pois além de adequado desenvolvimento e crescimento, previnem doenças
infectocontagiosas e crônicas não transmissíveis (GOUVÊA, 2007; SBP, 2012; AAP
1998; KOLETZKO et al., 2005; ARENZ et al., 2004; HARDER et al., 2005; OWEN et
al., 2002; GDALEVICH et al., 2001; OWEN et al., 2006; MARTIN et al., 2004;
AKOBENG et al., 2006; KLEMENT et al., 2004; ORTEGA-GARCIA et al., 2008).
Na impossibilidade do aleitamento materno, o uso no primeiro ano de vida de
fórmulas infantis, exclusivas nos primeiros seis meses, é a recomendação de
sociedades pediátricas nacionais e internacionais (SBP, 2012; AAP 1998;
KOLETZKO et al., 2005; ARENZ et al., 2004). A adequada introdução de
alimentação complementar a partir dos seis meses colabora para um hábito
saudável do lactente, garante o crescimento e previne distúrbios nutricionais
(MONTE e GIUGLIANI, 2004; BRASIL, 2010).
Após o primeiro ano, torna-se necessária a manutenção da alimentação
saudável, visando o crescimento, priorizando a prevenção de distúrbios nutricionais
como obesidade e deficiência de micronutrientes (AAP, 2005; PHILIPPI, 2002;
BRASIL, 2010). Essa meta exige orientação alimentar balanceada, variada e a
exclusão de alimentos industrializados até a fase pré-escolar (PHILIPPI, 2002).
Sendo a deficiência de micronutrientes, principalmente a anemia ferropriva e
a obesidade os distúrbios nutricionais mais frequentes na nossa população, torna-se
necessário avaliar o estado nutricional e o hábito alimentar das crianças nos
primeiros anos de vida. No entanto, filhos de mães que precisam trabalhar fora do
lar acabam recebendo esses cuidados não apenas em casa, mas em instituições de
ensino, as chamadas creches, aonde chegam a passar metade do seu dia,
recebendo de 4 a 5 refeições, além de todos os cuidados relacionados à saúde e alimentação (RUIZ, 2011).