HAIDAMUS, Susana Linhares. Diversidade floral dos méis da abelha melífera africanizada (Apis mellifera Linaeus) do estado do Rio de Janeiro por meio da análise melissopalinológica. 2015. 101p. Dissertação (Mestrado em Zootecnia, Produção Animal). Instituto de Zootecnia, Departamento de produção, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, RJ, 2015.
A identificação das floradas dos méis comercializados é um importante desafio para o segmento apícola brasileiro, que requer informações sobre a origem botânica e geográfica do mel e também por auxiliar no controle de qualidade deste produto da abelha. O objetivo do presente trabalho é identificar as espécies vegetais que mais contribuem para a produção de mel no estado do Rio de Janeiro, verificar se a nominação da origem floral no rótulo está em consonância com o método de laboratório, e verificar a qualidade do produto por meio da presença de elementos figurativos. Foram avaliadas 152 amostras de méis do comércio do estado do Rio de Janeiro, dentre marcas informais a legalizadas. A análise melissopalinológica seguiu a metodologia padrão européia, sem uso de acetólise, para a identificação dos tipos polínicos, de suas porcentagens na amostra e da disposição em classes de frequência. Foram identificados 61 tipos polínicos, pertencentes a 27 famílias, 34 gêneros e nove espécies. Fabaceae e Asteraceae apresentaram a mais alta diversidade em tipos polínicos. Do total de tipos polínicos, 31% foram mais frequentes como, Eucalyptus sp., Myrcia sp. e Piptadenia sp. Segundo a predominância dos tipos polínicos nas amostras, 58,5% foram do tipo monofloral, sendo o mel de Eucalipto o mais predominante; 35,5% do tipo heterofloral e 8%, biflorais. Há importante diferença na diversidade floral pela análise melissoplanológica de laudo das amostras e das frequências na amostragem. A identificação floral pelo método de laboratório diverge da presente no rótulo, apenas 13% das 89 amostras tipo monofloral no rótulo, estavam em concordância com sua origem botânica; cinco eram de Eucalyptus, três de Citrus, duas de Vernonia e duas de Gochnatia. A presença de elementos figurativos, sejam florais, contaminantes ou sujidades, foi alta (73% das amostras). Das amostras, 63,3% estavam fora dos padrões de identidade e qualidade do mel, devido à presença de contaminantes e sujidades.