A ipeca (Carapichea ipecacuanha (Brot) L Andersson.) encontra-se na lista de espécies ameaçadas de erosão genética ou em vias de extinção, principalmente no sudeste do Brasil. Qualquer sistema de produção vegetal para extração de produtos naturais deve considerar principalmente aspectos relacionados ao cultivo e ao manejo, visando à preservação da espécie. A ipeca possui grande potencial econômico, principalmente devido aos alcaloides emetina e cefalina. Apesar de sua importância, poucos são os trabalhos sobre o conhecimento dos mecanismos de seu crescimento visando o cultivo. Assim, o conhecimento de sua adaptabilidade ao ambiente local, é de grande importância com vistas à reintrodução da espécie na região sudeste, principalmente matas nativas de Niterói e região circunvizinha. Dessa forma, o objetivo deste estudo foi avaliar a resposta do crescimento da ipecacuanha submetida a diferentes composições de substrato e níveis de sombreamento. O estudo foi conduzido no Campus Gragoatá, da Universidade Federal Fluminense, município de Niterói, RJ. O material vegetal foi fornecido pela Embrapa Amazônia Oriental. Foram conduzidos ensaios de brotação em diferentes substratos e ensaios de crescimento em diferentes substratos e níveis de sombreamento. A percentagem e o índice de velocidade de brotação foram mais eficientes quando a espécie vegetal foi cultivada no substrato areia, sendo superior aos substratos serragem e comercial, com valores de 83,33, 55,00 e 13,33%, respectivamente. Com relação ao crescimento, entre os meses de maio a outubro, as plantas em sombreamento de 50% apresentaram respostas mais positivas em relação aos sombreamentos de 70 e 90%. Entretanto, entre os meses de novembro de 2014 a janeiro de 2015, as plantas sob 50% de sombreamento apresentaram os sintomas do excesso de luminosidade e temperatura, com folhas amareladas. Em cultivo de sombreamento controlado, onde se evitou a incidência de radiação direta entre às 9 e 16 horas, nos meses de novembro de 2014 a janeiro de 2015, as plantas cultivadas nos três sombreamentos se mostraram mais viçosas em relação aos mesmos tratamentos sem esse controle. Comparando as temperaturas nos ambientes onde a incidência de radiação direta foi controlada e nas demais casas de vegetação, houve uma diferença de temperatura em torno de 4ºC.