O objetivo geral é comparar os parâmetros físico-químicos de solos sob
reflorestamento recente e pastagem degradada em uma vertente inserida em
um setor dos morros rebaixados, na unidade de gestão do Santo Antônio do
Maratuã, no município de Silva Jardim (RJ). Busca-se, especificamente,
identificar as espécies vegetais presentes nas diferentes coberturas, fazer a
descrição morfológica dos perfis e caracterizar os parâmetros físico-químicos
dos solos da vertente sob diferentes coberturas vegetais, a partir da
caracterização dos parâmetros físico-químicos, analisar os indicadores de
degradação dos solos para as duas coberturas vegetais. Abriu-se perfis de solo
em quatro pontos da vertente de um morro rebaixado para cada cobertura
vegetal, resultando em 8 pontos (4 em pastagem e 4 em floresta). Foram
coletadas amostras indeformadas em cada horizonte para análise de
densidade do solo, densidade de partículas e porosidade total com auxílio de
um trado de manopla curta e anel volumétrico de 100 cm³. E para as demais
análises foram coletadas amostras deformadas (análise química total e
granulometria). Sobre a vegetação na área de pastagem, percebe-se espécies
como Solanum sisymbriifolium e Sida spp., geralmente estão presentes quando
o solo está ácido, compactado e em muitos casos salino. Na área de floresta
(reflorestamento recente), nota-se locais com clareiras, e em certas situações a
sucessão ecológica ainda não foi totalmente completada dentro dessa área.
Pela descrição dos perfis e análises químicas, os solos foram classificados
como Latossolo Amarelo distrófico. Os valores de matéria orgânica obtidos
indicam uma considerável quantidade nos perfis, entretanto os valores são
muito próximos para as duas coberturas. Sobre a variação da porosidade total
e densidade do solo, os valores não permitiram estabelecer diferenças para as
duas coberturas, entretanto, nota-se que os solos estão compactados. Sobre o
pH, não há diferença por cobertura, e nota-se o caráter ácido dos solos. Sobre
o valor V (saturação por bases), os solos são distróficos e/ou álicos, apenas em
um horizonte ele é eutrófico, que é o horizonte A do perfil 7 meia encosta baixa
da floresta (valor V de 60%), porém o horizonte B deste perfil é distrófico (valor
V de 33%) que é diagnóstico de solo distrófico. Os solos de floresta
apresentaram valor V maiores em todos os perfis (comparando setor por setor
da vertente, e horizonte por horizonte), mostrando que a floresta recente possui
maior fertilidade (inclusive o único horizonte eutrófico). Conclui-se que os solos
da área estão degradados, e que o reflorestamento recente não melhora
totalmente o estado de degradação do solo, necessitando de algum tempo para
o desenvolvimento da floresta, e aplicação do manejo adequado, para que o
solo recupere sua qualidade com o tempo.