A infecção pelo vírus da Leucose Enzoótica Bovina - BLV nos bovinos afeta o sistema imunológico e está associada à maior tendência ao desenvolvimento de doenças infecciosas. Nesse sentido a infecção é relacionada com maior incidência de mastite que, por sua vez, é importante doença na economia da pecuária leiteira. Esta dissertação teve como objetivo avaliar a correlação entre a mastite e a infecção pelo BLV, dentro da realidade de produção da Mesorregião do Campo das Vertentes do estado de Minas Gerais, Brasil. Realizou-se a investigação da prevalência do BLV, por meio de sorologia utilizando a IDGA, em todas as vacas em lactação de dez propriedades, num total de 1.392 animais. Posteriormente classificaram-se animais em grupos de casos e controles (87 controles e 160 casos), no qual animais soronegativos ao BLV foram controles. Os casos, vacas soropositivas, foram selecionados em função da homologia da situação produtiva com um controle. Foram realizadas coletas com intervalo de 30 dias, divididas em D0, D30, D60 e D90. Ao final das análises os animais foram classificados em três grupos: SN; SL e LP. Foram realizadas duas avaliações da sanidade das glândulas mamárias de todos os animais participantes dessa seleção, nos dias D0 e D60, através do CMT e bacteriologia. Verificou-se a presença do BLV em 100% dos rebanhos avaliados, com prevalência geral de 80,89%. Os animais controles formaram o grupo SN, e os soropositivos ao BLV foram classificados em LP e SL segundo a chave hematológica de Beindixen (1958), observou-se 74% de SL e 26% de LP. Em D0 foram observadas 48,98% de prevalência de mastite subclínica e 3,24% de mastite clínica, e em D60 a prevalência de mastite subclínica foi de 54,65% e a mastite clínica representou 5,67%. Na bacteriologia foram isolados 311 microrganismos, os contagiosos representaram 61,41% e os patógenos ambientais representaram 38,59%. Observou-se diferença significativa entre as categorias SN e SL e a incidência da mastite clínica (p = 0,047). Embora tenha sido detectada a associação entre a mastite clínica e a condição nosológica SN e SL, no presente trabalho não foi possível afirmar se a condição SL é um fator de proteção ou de risco. Não houve correlação significativa (p>0,05) entre a mastite subclínica e a condição nosológica dos animais, assim como a origem do agente causador da mastite (ambiental ou contagioso).