Considerando a grande importância do Rhipicephalus (Boophilus) microplus, na produção de bovinos, o presente estudo teve como objetivo avaliar a sazonalidade deste artrópode em bovinos mantidos em pastagem de Brachiaria decumbens. Para tanto, foi pesquisada a dinâmica populacional durante 12 meses no município de Formiga, Minas Gerais. Vinte e quatro bovinos com oito a 12 meses de idade foram submetidos à infestação natural pelo carrapato. Contagens de fêmeas parcialmente ingurgitadas, 4,5 a 8,0 mm (partenóginas), foram computadas do lado esquerdo de cada bovino, nos períodos -2,-1 e zero. Utilizando-se as médias das contagens de carrapatos nas referidas datas, efetuou-se a randomização, para obtenção de dois grupos com infestações equitativas, os quais foram mantidos em piquetes separados. Para estudo da sazonalidade, as contagens foram realizadas nos períodos 3, 7, 14, 21, 28, e a cada 14 dias, durante 12 meses. Para verificar a incidência ectoparasitária com os efeitos climáticos, foram colhidos do posto climatológico do município, os seguintes dados: temperatura máxima e mínima, precipitação pluvial e umidade relativa do ar. Tratamentos táticos foram realizados, via tópica (pulverização), com uma formulação contendo Cipermetrina 15% + Clorpirifos 25% + Butóxido de Piperonila 15 + Citronela 1%, em todas as datas nas quais as quantificações de carrapatos ultrapassavam 30 partenóginas, em média. Como coadjuvante ao projeto, foram, ainda, realizadas pesagens dos animais e colheitas de fezes para contagens de ovos por grama de fezes (OPG) a cada 28 dias, sendo os mesmos tratados, com Fosfato de Levamisole injetável, na dose de 4,7 mg/kg, atingindo média de OPG ≥ 300. A carga média parasitária por animal e os desvios padrões do grupo I foi de 18,7(±11,7) e para o grupo II de 25,9 (±22,6), sendo realizados 15 tratamentos carrapaticidas nos dois grupos. As contagens de OPG apresentaram-se mais elevadas nos meses de dezembro e maio, sendo realizados dois tratamentos em cada grupo, totalizando quatro tratamentos antihelminticos ao longo do estudo. Não houve diferença estatística entre as médias de peso dos dois grupos analisadas (p>0,05), assim como nas contagens OPGs (p>0,05). Os resultados revelaram ainda que os níveis de infestação por carrapatos dos dois grupos apresentaram padrões semelhantes, das 30 contagens, somente sete diferiram entre si pelo teste t (p≤0,05), com picos de parasitismo ocorrendo na mesma época e com concentração no período chuvoso. A menor carga parasitária ocorreu no inverno. No início da primavera (outubro) houve um pico de carrapatos, seguido de outro no final da primavera/início do verão (dezembro) e outro no verão (fevereiro). A partir do outono a carga parasitária declinou naturalmente com registro de um pico no outono (abril), e outro no inverno (julho). Caracterizando dessa maneira a possível presença de cinco gerações de carrapatos para a região do estudo, e a influência das variáveis climáticas analisadas nos níveis de infestação pelo R. (B.) microplus.