Os suínos são susceptíveis a infecção por diversas espécies de Pestivirus, a infecção de suínos com pestivírus de ruminantes tem gerado preocupação em diversos países, dependendo do método utilizado, o diagnóstico entre BVDV e CSFV pode ser dificultado. O presente trabalho teve como objetivo verificar a prevalência de anticorpos contra o vírus da diarreia viral bovina (BVDV) em suínos terminados. Para tal, foram investigadas as prevalências do BVDV-1 e 2, obtiveram-se informações de prevalência de acordo com a origem das amostras, foram associados fatores de risco à ocorrência da infecção, verificado as diferenças entre os títulos das amostras positivas testadas com 100 TCID50 e 50 TCID50 e realizado diagnóstico diferencial para PSC. Os soros sanguíneo foram obtidos de suínos enviados para matadouros-frigorífico no estado de São Paulo. As propriedades de origem dos suínos eram localizadas nos estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. As amostras foram submetidas ao teste de VN conforme preconizado pelo “Manual ofDiagnosticTestsandVaccines for TerrestrialAnimals” (OIE), para às sororreagentes, foi realizado o diagnóstico diferencial para PSC pelo método de ELISA. Foram analisadas 1705 amostras de soro sanguíneo de suínos, obtidas de 33 propriedades. O teste de VN indicou 5,34% (91/1705) de amostras sororreagentes ao BVDV, sendo 3,0% (51/1705) para o genótipo 1 e 2,35% (40/1705) para o genótipo 2. Considerando a origem das amostras, destacam-se os estados do Mato Grosso, com 10,00% e Rio Grande do Sul, com 9,18% de amostras sororreagentes ao BVDV-1, contra o BVDV-2, destacam-se os estados do Mato Grosso, com 6,0% e Mato Grosso do Sul, com 4,29% de sororreagentes. Nenhum fator de risco teve associação significativa com a ocorrência de infecção ao BVDV-1, contudo, para o BVDV-2, foram encontradas associações significativas nos fatores: “caminhões não são lavados e desinfetados” e “visitantes não respeitam vazio sanitário de 72 horas” (p<0,05). As GMT dos títulos contra o BVDV-1 foram maiores quando testadas com 100 TCID50, contudo, as GMT dos títulos contra o BVDV-2 foram maiores quando testadas com 50 TCID50. Nenhuma amostra sororreagente ao BVDV foi positiva para anticorpos específicos contra PSC. Fica evidenciado que a infecção de suínos com pestivírus de ruminantes ocorre no Brasil, ressaltando que a biosseguridade é fundamental para minimizar a interação de agentes interespécies.