A participação de pessoas com deficiência no Ensino Superior, no Brasil, tem aumentado, porém, ainda ocorre de modo parcial. O Governo Federal destaca ações afirmativas, que visam à efetivação de políticas públicas de acesso e permanência no Ensino Superior, como Reestruturação das Universidades Federais (Reuni), Programa Universidade para Todos (Pro-Uni) e Programa Incluir, propostas que objetivam favorecer a igualdade de oportunidades para populações excluídas. Esta pesquisa objetivou analisar os suportes e as barreiras de acessibilidade encontradas pelos estudantes com deficiência, diante da sua participação no Ensino Superior de Pós-Graduação. Foram entrevistados cinco estudantes dos cursos de Pós-Graduação em Saúde Coletiva, Botânica, Genética, Zootecnia e Educação Escolar, identificados como total de estudantes com deficiência, nesse nível de ensino na UNESP. Do total de 12.818 estudantes matriculados no ensino superior de Pós-Graduação dessa Instituição de Ensino Superior, apenas 5 estudantes com deficiência, acessaram o nível de Pós-Graduação, representando uma parcela mínima de 0,039% do total geral de alunos matriculados e frequentando cursos de Mestrado ou Doutorado. Os dados das entrevistas foram analisados qualitativamente, de acordo com o método de análise de conteúdo. Pelo desenvolvimento deste estudo, foi possível notar a presença de mudanças parciais para as remoções de barreiras arquitetônicas, fato que pode contribuir para a inserção de estudantes com deficiências físicas e/ou mobilidades reduzidas, nesse nível de ensino, em detrimento da inserção de outros tipos de deficiências, os quais exigem alterações de outra natureza. De um modo geral, verificou-se que as unidades universitárias da UNESP vêm desenvolvendo ações, porém ainda insuficientes, para a garantia da permanência de pessoas com deficiência em níveis qualificados de ensino, tal como a Pós-Graduação. Entretanto, as unidades universitárias da instituição ainda têm, como principais desafios: modificações estruturais, remoção de preconceitos, maior apoio de âmbito metodológico, aquisição de softwares, maior utilização das tecnologias de informação e comunicação. Percebeu-se a ausência de equipe de profissionais especializados de suporte educacional, para lidar com as demandas específicas desse grupo. Os desafios existem e, para que sejam superados, é necessário que se tenha o engajamento das políticas públicas entrelaçadas aos planejamentos instituídos pelos gestores institucionais, visando às mudanças fundamentais em todos os âmbitos - estrutural, metodológico, comunicacional e atitudinal – nos espaços acadêmicos. Enfim, muito há que se fazer para permitir que haja um maior ingresso e a permanência efetiva de pessoas com deficiência em Instituições de Ensino Superior, de modo que se revertam os preconceitos e as barreiras atitudinais dirigidas a esse público.