Três experimentos foram conduzidos para determinar a digestibilidade de aminoácidos dos principais alimentos utilizados na alimentação de juvenis de tambaqui (Colossomamacropomum), estimar a exigência em aminoácidos digestíveis para esta espécie e com estas informações avaliar o efeito da suplementação de lisina e/ou metionina em dietas práticas no turnoverdos isótopos estáveis de carbono-13 e nitrogênio-15 em tecido muscular. No estudo 1, foram utilizados 390 juvenis de tambaqui (70 ± 8,6 g) para avaliar os coeficientes de digestibilidade aparente (CDA) dos aminoácidos (AA) de trezes alimentos. Para os alimentos energéticos, altos valores de digestibilidade para todos os aminoácidos essenciais foram observados para o milho (94,60%) e o farelo de trigo (91,93%) e menores para a quirera de arroz (75,66%) e o sorgo (72,84%). Para os alimentos proteicos, em geral, os valores médios dos coeficientes de digestibilidade aparente (CDA) de aminoácidos essenciais (AAE) e aminoácidos não essenciais (AANE) foram elevados (de 79,47 a 98,46%), com exceção da levedura de álcool (68,44% para AAE e 76,68% para AANE). O triptofano foi o aminoácido que apresentou-se como o mais limitante para maioria dos alimentos estudados, com os menores escores químicos (de 6,21 a 51,25), exceto para o farelo de trigo, glúten de milho e farelo de soja em que a lisina foi o primeiro limitante. O maior índice de aminoácidos essenciais digestíveis (IAAE) foi apresentado pelo farelo de soja (102,38%), que foi o alimento mais completo em relação ao perfil de aminoácidos, ao contrário do glúten de trigo, que apresentou o menor IAAE (48,03%). Realizou-se o ensaio 2, de dose resposta, para determinar a exigência nutricional em lisina digestível para juvenis de tambaqui e desta forma estimar as exigências nutricionais dos outros aminoácidos. Os peixes com peso médio de 7,74 ± 1,01g foram alimentados com sete dietas contendo os níveis de lisina digestível de: 0,92; 1,22; 1,50; 1,71; 1,94; 2,20 e 2,46 %. A exigência de lisina digestível determinada através do ajuste dos dados pelo modelo quadrático associado ao platô do Linear Response Plateau (LRP), com base nos valores médios de retenção de proteína foi de 1,76%. As exigências dos aminoácidos estimados utilizando o conceito de proteína ideal, foram: arginina (0,90%), histidina (0,37%), isoleucina (0,64%), leucina (1,19%), metionina (0,48%), fenilalanina (0,59%), treonina (0,53%), triptofano (0,17%), valina (0,72%), cistina (0,24%) e tirosina (0,51%). Por fim, o terceiro experimento teve como objetivo estudar o turnover isotópico do carbono (δ13C) e nitrogênio (δ15N) no tecido muscular ao longo do tempo, de acordo com o crescimento dos animais em resposta às exigências nutricionais. Após um período de padronização isotópica em que 2800 juvenis de tambaqui (1,16±0,22g) foram alimentados com dieta de assinatura isotópica predominante de plantas C4 durante 60 dias, 640 peixes (8,16±0,42 g) foram selecionados e distribuídos aleatoriamente em 20 tanques de fibra de vidro (450 L). Desta forma, os grupos de peixes passaram a receber durante 120 dias, as quatro dietas experimentais (D - deficiente, L – suplementada com lisina, M - suplementada com metionina e LM –suplementada com ambos os aminoácidos) com assinaturas isotópicas predominante de plantas do ciclo fotossintético C3, para avaliação do desempenho produtivo e do turnoverisotópico. Quando os animais receberam a dieta que atende completamente as exigências em lisina e metionina (LM), estes apresentaram médias dos parâmetros de desempenho produtivo melhores em relação aos demais e tunover isotópico do nitrogênio (δ15N) mais acelerado.