O Diabetes Mellitus é um dos distúrbios metabólicos mais comuns em todo o mundo e sua prevalência em indivíduos adultos tem aumentando nas últimas décadas, principalmente nos países em desenvolvimento. A avaliação da Qualidade de Vida do paciente é reconhecida como importante área do conhecimento científico, em razão de seu conceito se interpor ao de saúde: satisfação e bem-estar nos âmbitos físico, psíquico, socioeconômico e cultural. A utilização de instrumentos de avaliação da QV permite avaliação mais objetiva e clara do impacto global das doenças crônicas, como o DM na vida dos pacientes. Tal avaliação tem a vantagem de incluir aspectos subjetivos geralmente não abordados por outros critérios de avaliação. Portanto, os objetivos deste estudo foram verificar se existe diferenças de gênero na qualidade de vida de indivíduos com Diabetes Mellitus tipo 2. Para a avaliação da qualidade de vida foram usados os questionários B-PAID (Problem Areas in Diabetes) e WOQOL-100 assim como questionários clínicos e Teste de Morisky. Foram entrevistados 192 pacientes com Diabetes Mellitus tipo 2, em acompanhamento no Centro de Diabetes da Universidade Federal de São Paulo-UNIFESP, divididos igualmente entre os sexos, no período de agosto de 2013 a maio de 2014. Os resultados do B-PAID mostraram que apesar da diferença não ser estatisticamente significante, os escores mais altos predominaram nos homens, ou seja, apresentam maior grau de sofrimento emocional. Nos indivíduos com maior adesão à terapêutica medicamentosa, existe acentuada maior proporção nos escores mais elevados do PAID, principalmente nos homens. Nos participantes com má adesão ao tratamento, a frequência de alto grau de sofrimento emocional foi igual (50%) nos dois sexos; entretanto, o baixo grau de sofrimento emocional foi maior nos homens (57,1%) do que nas mulheres (42,9%). Nos indivíduos com boa adesão ao tratamento, a frequência de alto grau de sofrimento emocional foi discretamente maior nos homens (51,9) e o de baixo grau de sofrimento emocional maior nas mulheres (59,5%). Os escores dos domínios do WOQOL-100 (físico, psicológico, nível de independência, relações sociais, ambiente e aspectos espirituais) foram maiores nos homens do que nas mulheres, e 18 das 24 facetas apresentaram-se maiores nos homens. Concluiu-se que a percepção geral de qualidade de vida dos indivíduos que compuseram a amostra do presente estudo, avaliada através do instrumento WOQOL-100 pela faceta “Qualidade de vida global e percepção geral da saúde” é de uma boa qualidade de vida, em ambos os sexos.