O beijupirá Rachycentron canadum é um candidato recente da aquicultura brasileira e,
portanto, ainda possui significativas limitações na produção. Em cultivo, a espécie enfrenta
ameaças de diversas etiologias, sendo os principais patógenos, as bactérias. Esses patógenos
podem interferir na integridade do epitélio intestinal prejudicando a absorção de nutrientes e
reduzindo seu desempenho. Apesar de não haver evidências demonstrando que probióticos
isolados do próprio hospedeiro melhoram desempenho, quando comparados com os
probióticos isolados de espécies ou ambientes diferentes, supõem-se que os riscos ambientais
e para a própria espécie, são consideravelmente menores. Assim sendo, objetivou-se cultivar
experimentalmente juvenis do beijupirá com fornecimento de rações incorporadas de
bactérias, isoladas do intestino de beijupirá cultivados, com características probióticas, com a
finalidade de proporcionar condições para a obtenção de animais com bom desempenho
zootécnico em peso e comprimento, baixo fator de conversão alimentar e alta sobrevivência.
Foram adicionados isoladamente Lactobacillus plantarum, Bacillus coagulans, Bacillus
circulans e Lactococcus lactis subsp. Lactis, à ração comercial, fornecidos duas vezes ao dia.
Os probióticos testados, não interferiram nos parâmetros avaliados (P≥0,05), em todos os
tratamentos, sem o desafio patogênico. Entretanto, quando os animais foram desafiados com o
Vibrio parahaemolyticus, houve influência (P<0,05) na sobrevivência, crescimento, fator de
conversão alimentar e parâmetros hematológicos, havendo indicativos de que a utilização de
misturas das bactérias poderia melhorar o desempenho dos beijupirás. Conclui-se que as
bactérias com potencial probiótico isoladas do intestino do beijupirá, quando utilizadas
isoladamente, não tem influência sobre o crescimento, em peso e comprimento, bem como no
fator de condição, fator de conversão alimentar e sobrevivência, sem que aja desafio
bacteriano, porém, tem influência direta, nestes parâmetros, quando submetidos à ação do V.
parahaemolyticus, para peixes entre 45 e 100 g, cultivados em sistema de recirculação.