Os sistemas de produção leiteira, em sua maioria, utilizam as pastagens como base da alimentação dos animais, geralmente, constituídas apenas por gramíneas. Essa prática simplifica o manejo dos pastos, contudo, implica em custos elevados de produção, notadamente pelo uso de adubos nitrogenados. Uma alternativa para tornar os sistemas forrageiros mais sustentáveis é a introdução de leguminosas, possibilitando melhor distribuição de forragem no decorrer do tempo, além de reduzir custos com adubação. Assim, a presente pesquisa teve como objetivo avaliar três sistemas forrageiros (SF) com capim elefante (CE), azevém (AZ), espécies de crescimento espontâneo (ECE), como SF1 (testemunha); CE + AZ + ECE + trevo vesiculoso (TV), como SF2; e CE + AZ + ECE + amendoim forrageiro (AF), como SF3; durante um ano agrícola. O capim elefante foi estabelecido em linhas afastadas em 4m. No período hibernal realizou-se a semeadura do azevém entre as linhas do CE; e considerando os respectivos tratamentos o trevo vesiculoso foi semeado e o amendoim forrageiro, foi preservado. Para avaliação foram usadas vacas da raça Holandesa. O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado, com três tratamentos (SF), três repetições (piquetes) com medidas repetidas (pastejos/estações). Durante o período experimental (365 dias) foram realizados oito pastejos, dois em cada estação. Foi avaliada a massa de forragem, composição botânica; taxa de acúmulo diário, produção e consumo de foragem; eficiência de pastejo, taxa de lotação e valor nutritivo da forragem. Amostras de simulação de pastejo foram coletadas para análise de fibra em detergente neutro (FDN), proteína bruta (PB), digestibilidade in situ da matéria seca (DISMS) e nutrientes digestíveis totais (NDT). Os valores de massa de forragem e taxa de lotação foram de 3,46; 3,80 e 3,91 t ha-1 e 2,89; 3,39 e 3,20 unidades animais ha-1, respectivamente para os SF. Melhores resultados foram obtidos nos sistemas forrageiros consorciados com leguminosas. Os valores médios para FDN, PB, DISMS, e NDT do CE foram de 62,4; 61,5 e 60,2 %; 16,7; 16,7 e 18,1 %; 79,6; 79,8 e 79,1 %; 71,4; 71,2 e 69,9 %; e para forragem presente na entrelinha foram de 60,3; 60,3 e 52,4 %; 13,7; 15,7 e 19,5 %; 75,0; 72,8 e 81,1 %; 67,9; 65,3 e 72,9 %, para os respectivos tratamentos. Maiores valores para PB, DISMS e NDT e menores para FDN foram observados no sistema forrageiro consorciado com amendoim forrageiro, em especial no inverno. Melhores resultados de valor nutritivo para o capim elefante foram obtidos na primavera.