Esta pesquisa objetiva analisar as políticas de Educação Ambiental (EA) implementadas no
Município de Petrópolis (RJ), pelas secretarias municipais de Educação (SEMED) e do Meio
Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SMADS), em parceria com empresas,
organizações não governamentais e universidades, enfatizando o Curso de Form-Ação em
Educação Ambiental e Agenda 21 Escolar: Formando Elos de Cidadania. Trata-se de curso
semipresencial, fruto da parceria entre Secretaria de Estado do Ambiente e Universidade do
Estado do Rio de Janeiro firmada com a SEMED, com o objetivo de levar a temática
ambiental às escolas a fim de qualificar professores e alunos para a participação na vida
pública e o exercício do controle social, formando parcerias com a comunidade do entorno,
privilegiando temas ligados à realidade socioambiental local, de modo a apoiar a gestão
ambiental, o desenvolvimento local, a conservação do ambiente e a promoção de sociedades
participativas, justas e sustentáveis. Três escolas foram inscritas no Curso e, dentre elas,
participei como cursista da Escola Germano Valente (COMAC), o que possibilitou uma
observação participante em todas as etapas de sua implementação. O referencial teórico deste
estudo pauta-se em autores que tratam de forma crítica as concepções de meio ambiente
(inclusão do homem, o que significa considerar suas dimensões política, social, econômica e
cultural), desenvolvimento sustentável (articulação entre soluções técnicas e justiça social) e
educação ambiental (como instrumento de transformação social, de forma crítica e
contextualizada). Os procedimentos metodológicos foram: análise documental (relatórios
oficiais, programas, projetos e atividades de EA, banners, folhetos e material didático do
Curso analisado) e entrevistas com a Chefe da Divisão de EA da Subsecretaria de Ensino
Fundamental da SEMED, a Coordenadora de EA e Saúde da SEMED, o Coordenador do
Núcleo de EA da SMADS, o responsável pelo programa Coleta Seletiva, da Companhia
Municipal de Desenvolvimento de Petrópolis (COMDEP), a assessora de imprensa da
empresa Águas do Imperador, que recebe visitas de escolas nas Estações de Tratamento de
Água Montevidéu e de Tratamento de Esgoto Palatinato, a Tutora do Curso e a professora
cursista da escola pesquisada, que participou do Curso até o fim. Concluímos que o Curso foi
parcialmente exitoso, pois trabalhou a temática ambiental em uma perspectiva crítica com os
professores e os alunos na elaboração de um Diagnóstico Socioambiental Participativo, mas
encontrou dificuldades na implementação do Projeto de Intervenção, que visa a transformação
da realidade socioambiental local, começando pela desistência das outras duas escolas. A
COMAC que, inicialmente, contou com três professoras e 44 alunos, envolvendo várias séries
na elaboração do Diagnóstico, reduziu para uma professora e duas turmas do 5º ano, a partir
da implementação do Projeto de Intervenção, e não conseguiu trazer a comunidade para
debater os problemas socioambientais do entorno da escola (rio Palatinato), apesar de
despertar a sensibilização, a consciência crítica e contextualizada e o espírito participativo nos
alunos.