Objetivo: Calcular a cobertura das mamografias do Sistema Único de Saúde do estado da Paraíba (SUS/PB) e estabelecer comparação com outros estados; analisar os resultados dos exames de mamografia e anatomopatológico de mama e suas intercessões; avaliar o BI-RADS como fator preditivo de suspeição de malignidade em lesões mamárias não palpáveis nas categorias 4 e 5, correlacionando as mamografias com os resultados histopatológicos. Métodos: Foi realizado um estudo descritivo e exploratório de base populacional qualitativo-quantitativo, no SUS/PB no período 2010 a 2012 em mulheres com faixa etária de 40 a 69 anos. Na análise dos resultados dos exames foram consideradas três dimensões: prestadores de serviços, usuárias do SUS e os exames anatomopatológicos e mamografias. Foram calculados a cobertura e o valor preditivo positivo (VPP). Resultados: O percentual de mamografias de rastreamento foi de 98,36% e de diagnóstico foi 1,64%; quanto as categorias BI-RADS 0, 1, 2, 3, 4 e 5 foi de 11,5%, 54%, 31%, 2%, 1,5% e 0,12%, respectivamente. A frequência das mamografias BI-RADS 4 e 5 aumentaram consideravelmente a partir dos 40 anos. Das mulheres diagnosticadas com mamografias BI-RADS 4 e 5, 3% tinham exames histopatológico e 1,5% tinham citopatológico. Quanto a avaliação do tamanho das lesões neoplásicas malignas: 32% foram < 2 cm, 21% entre 2-5 cm, 2,3% > 5 cm e 43% sem informação. A cobertura da mamografia do SUS/PB foi de 17%, equivalente ao estado de Goiás (14%), e menor que a do Paraná (27%) e de São Paulo (58%). O VPP foi de 0,4%. Conclusão: A falta de qualidade das informações registradas na base de dados consultada interferiu de forma impactante na avaliação dos resultados dos exames de mamografia, histopatológico, citopatológico e suas interseções. Esse fato inviabiliza um estudo epidemiológico mais fidedigno sobre o perfil e evolução da doença no Estado.