Neste estudo foi avaliada a eficiência de criopreservar as CTEh em uma solução de criopreservação composta por dois agentes crioprotetores o HES e o DMSO diluídos em uma solução rica em albumina, o SR®. A eficiência desta solução de congelamento em criopreservar as CTEh foi avaliada em dois sistemas de congelamento: 1- sistema de congelamento ultra lento de curva programável (SCUL). 2- sistema de congelamento lento em freezer mecânico -800C (SCL). A razão (col. descongelada/ col.congelada) de recuperação das colônias CTEh indiferenciadas no SCUL e no SCL na solução de congelamento composta por 10% DMSO + 20% HES + 70% SR foi de 3,88 e 2,9 respectivamente, sem evidência de diferença estatística entre os sistemas de congelamento. Enquanto que, a razão de recuperação das colônias CTEh nos dois sitemas acima citados com o uso do meio Defined-medium® foram respectivamente de 1,05 e 1,07, no entanto a razão de recuperação das colônias CTEh indiferenciadas neste dois sitemas usando a solução clássica de congelamento composta por 10% DMSO + 20% SR +70% DMEM foi de 0,5 and 0,86. Portanto, houve uma maior razão de recuperação das colônias CTEh nos dois sitemas de congelamento quando foi usada a solução composta por DMSO/HES/SR, com evidência de diferença estatística quando comparado com as outras duas soluções de congelamento. No entanto, não há evidência de diferença estatística na razão de recuperação das colônias entre os SCUL e SCL para nenhuma das soluções de congelamento avaliadas. Neste estudo foi mostrado que a combinação de dois reagentes crioprotetores composto de HES e DMSO diluídos em uma solução rica em albumina, o SR®, estabece um protocolo eficiente para o congelamento das CTEh com alta taxa de recuperação de CTEh indiferenciadas. Além disso, as CTEh depois do congelamento e descongelamento com esta solução crioprotetora mostram características morfológicas típicas com cariótipo normal, foram positivas para a expressão dos marcadores de pluripotência e mantêm o potencial de pluripotência in vitro e in vivo. Este novo protocolo de criopreservação das CTEh é um método eficiente, simples e econômico, sem o uso de instrumentos ou materias especializados para criopreservar CTEh, ideal para o estabelecimento de um banco de amostras de CTEh para um futuro uso terapêutico. Como sabemos, as plaquetas são essenciais na hemostasia, nas tromboses e têm papéis importantes no reparo de feridas, nas reações inflamatórias, na angiogênese e nas metástases tumorais (Leslie, 2010). Em seres humanos cerca de 1 x 1011 plaquetas são produzidas a cada dia, no entanto, devido sua curta vida média que pode variar de 7-10 dias, as plaquetas precisam ser substituídas constantemente, a fim de manter os níveis normais (150-400 × 103/μl) no sangue periférico. Casos de trombocitopenia, baixa contagem de plaquetas, (geralmente <10-30 × 103/μl) podem ocorrer em doentes por uma serie de razões, incluindo quimioterapia, radioterapia ou cirurgia de transplante de órgãos ocasionando risco de morte aos pacientes. Para ultrapassar os riscos associados nestas condições, as transfusões de plaquetas tornam-se uma terapia necessária, além disso, uma das principais limitações das plaquetas na medicina transfusional é manter a sua função nos concentrados plaquetários obtidos das doações de sangue periférico total ou de concentrado de plaquetas obtidos por aférese. Em geral a redução na eficácia terapêutica das plaquetas está associada com mudanças bem caracterizadas observadas durante o processo de estocagem das plaquetas, tais como mudanças na morfologia, ativação do metabolismo celular, funcional e senescência (apoptose). A capacidade de gerar plaquetas HLA-compatíveis in vitro proporciona vantagens significativas sobre a situação atual de disponibilidade do produto, dependente de programas de doações voluntárias. Além disso, a produção de plaquetas a partir de uma fonte constante, segura e que elimine a necessidade de obterem-se as plaquetas por meio de uma doação voluntária de sangue trará um avanço singular e um impacto na forma como a medicina transfusional será praticada no futuro. Os resultados mostrados neste estudo demomonstram que megacariócitos podem ser gerados in vitro a partir de H1-CTEh nos três SC estudados. As análises imunofenotípicas das células e das plaquetas produzidas pelos sistemas propostos por este estudo demostram a expressão dos marcadores CD-42b e CD-71. Além disso, colônias de granulócitos, macrófagos e eritroides podem ser geradas por estes sistemas. As análises realizadas com microscopia eletrônica de transmissão mostraram que aspectos da ultraestrutura e da morfologia das plaquetas obtidas a partir das CTEh foram indistinguíveis das plaquetas normais do sangue periférico. Nos ensaios funcionais as plaquetas obtidas a partir das CTEh responderam ao estímulo com trombina, formaram microagregados e facilitaram a formação e a retração do coágulo in vitro. O estudo descrito representa um passo importante no desenvolvimento de uma fonte renovável de células produtoras de plaquetas para uso em transfusões plaquetárias independente de uma doação de sangue. Além disso, o modelo estabelecido representa uma ferramenta promissora para o entendimento de aspectos não resolvidos nos mescanismos da megacariocitopoese, trombocitopoese e também na triagem de novos agentes terapêuticos para o tratamento de doenças relacionadas as funções e a produção de plaquetas.