Com este trabalho objetivou-se definir, entre a abordagem pela linha mediana ventral e pela lateral direita, a mais indicada para a realização da ovariosalpingohisterectomia (OSH) em cadelas pré-púberes e adultas. Para este fim, considerando-se as faixas etárias, avaliou-se o tempo cirúrgico em cada abordagem, bem como mensurou-se a resposta inflamatória decorrente do trauma cirúrgico, por meio da dosagem das proteínas de fase aguda, especificamente, proteína c-reativa (PCR), haptoglobina (Hp), ceruloplasmina (Cp) e albumina, e do leucograma. Para isso foram utilizadas 28 cadelas hígidas, distribuídas em dois grupos experimentais de igual número: grupo Abordagem Mediana Ventral (AMV) e grupo Abordagem Lateral Direita (ALD), com sete animais adultos e sete animais pré-púberes em cada grupo. O acesso à cavidade abdominal foi realizado mediante incisão na linha alba no grupo AMV e no flanco direito no grupo ALD. Para a determinação do tempo cirúrgico, o procedimento foi dividido em nove manobras cirúrgicas, referentes a oito intervalos de tempo, que foram individualmente cronometrados. Para as análises laboratoriais, as amostras de sangue foram coletadas imediatamente antes e imediatamente após a cirurgia, e 12, 24, 48, 96, 168 e 240 horas de pós-operatório. O tempo para entrar na cavidade peritoneal foi menor nos animais do grupo AMV (p≤0,001), enquanto nos animais do grupo ALD o útero foi mais rapidamente identificado e exposto (p≤0,001). O tempo cirúrgico total foi menor nas cadelas submetidas à técnica lateral (p≤0,001). O processo inflamatório, mensurado por meio da análise das proteínas de fase aguda e do leucograma revelou concentrações máximas entre 12 e 96 horas após a OSH, retornando aos valores observados antes da cirurgia ao final de 240 horas após a castração, o que demonstrou a resolução do trauma tecidual e finalização do processo inflamatório. As duas abordagens cirúrgicas induziram elevações semelhantes nos níveis das proteínas de fase aguda e do leucograma. Assim, a abordagem lateral direita foi considerada a melhor abordagem, uma vez que, facilitou a identificação uterina e reduziu o tempo cirúrgico total, além de gerar danos teciduais semelhantes à abordagem ventral.