A presente pesquisa trata das práticas educativas oitocentistas na região de Vassouras,
situada no Vale do Paraíba, criada como Vila em 1833 e elevada à cidade em 1857,
também conhecida como a princesinha do café. A cidade possui elementos da cultura
clássica européia, como suntuosos casarões construídos nos tempo de fartura e riqueza
proporcionada pela economia do cultivo do café, denominado como ouro verde, e
pelo uso da mão-de-obra escrava. A investigação histórico-documental realizada buscou
examinar o estilo de vida dos barões do café e o contexto educacional criado por aquela
sociedade no século XIX. Para a coleta de dados, foram utilizados como fontes de
pesquisa, documentos e obras existentes nas seguintes instituições: Casa da Cultura
Tancredo Neves, Centro de Documentação Histórica (CDH), Arquivo Histórico de
Vassouras, a Casa da Hera e o Museu Histórico da Universidade Severino Sombra,
localizados em Vassouras e a Fundação Biblioteca Nacional no Rio de Janeiro. Assim,
optou-se por evidenciar, inicialmente, os antecedentes históricos de Vassouras,
realizando um recorte no período de 1850 a 1889 durante o Brasil Império; a seguir, foi
feito um levantamento do cenário educacional vassourense, destacando as
características pedagógicas das instituições escolares, dos professores e das modalidades
de ensino: público, particular e doméstico. Para tanto, foram utilizados os referenciais
bibliográficos de Raposo (1935), Stein (1985), Medeiros (2002), Vasconcelos (2005)
Monteiro (2007) e Muniz (2013). Buscou-se, ainda, inserir o contexto educacional de
Vassouras no âmbito político-educacional do país. A análise realizada assinala que o
sistema de ensino em Vassouras foi reflexo dos procedimentos educacionais difundidos
no oitocentos, advindos do modelo europeu aspirado pela aristocracia residente naquela
localidade. Desta forma, espera-se que esta pesquisa contribua com os estudos
referentes à educação e seus agentes no Brasil do século XIX.