A terapia intravenosa é uma das mais importantes intervenções terapêuticas na assistência à saúde. Para sua implementação são empregados diferentes dispositivos, destacando-se cateteres intravenosos periféricos (CIP) que podem acarretar complicações relacionadas ao seu uso. Objetivos: Descrever complicações decorrentes do uso de CIP e os fatores relacionados à sua ocorrência, em pacientes adultos de um hospital de ensino na Amazônia Ocidental Brasileira. Método: Estudo exploratório realizado em uma unidade de clínica médica de um hospital de ensino localizado em Rio Branco, Acre. A amostra foi composta por 122 CIP instalados em 122 pacientes com idade igual ou superior a 18 anos. A coleta dos dados ocorreu de setembro de 2013 a fevereiro de 2014, após aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa (nº296912). Investigaram-se variáveis relativas à caracterização demográfica, da terapia intravenosa (TIV) pregressa e atual; da punção venosa periférica; dos motivos da retirada e tempo de permanência do CIP, e complicações associadas. Para a análise estatística foram aplicados os testes do Qui-quadrado e Teste Exato de Fisher, com nível de significância fixado em 5%. Resultados: Quanto as variáveis demográficas verificou-se distribuição exatamente igual da amostra quanto ao gênero (50,0%), com média de idade de 46,1(± 17,6) anos e cor da pele parda (57,3%). Quanto a TIV pregressa, a maior parte dos pacientes não havia tido internações anteriores (83,6%), mas o uso prévio e recente de TIV e CIP foi relatado por 79,5%, com tempo inferior a 72 horas (96,9%), e 52,5% refeririam complicações prévias. Quanto a TIV atual obteve-se tempo médio de uso de 8,81(± 6,89) dias, para infusão contínua e intermitente (61,5%), pelo método de infusão gravitacional e bolus (74,6%) e de soluções e fármacos (82,0%). Usar tratamento com risco, de fármacos com extremo de pH (62,5%) e vesicantes (62,5%) foi presente para a maioria, assim como apresentar doença crônica (71,1%) como condição predisponente à complicação. O tipo de CIP mais utilizado foi o sobre agulha (99,0%), de calibre 20G (39,3%), instalados nas veias do arco dorsal da mão (36,9%), em membro dominante (48,4%), fixados com fita tipo esparadrapo (98,4%), a punção realizada por técnicos de enfermagem (91,8%) e com grau de cuidado com o CIP insatisfatório (Grau 1= 73,0%). O tempo de permanência do CIP foi de 68,4(±46,28) horas e apenas 22,9% foram retirados por alta do tratamento. A complicação foi o principal motivo de retirada (67,2%), destacando-se flebite (31,1%), infiltração (24,6%), hematoma (23,8%) e obstrução (14,8%). Os fatores relacionados a complicações foram: antecedentes de complicações (p=0,002), TIV inferior a sete dias (p=0,015), infusão contínua e intermitente (p=0,007), em bolus e gravitacional (p=0,001), de soluções e fármacos (p<0,001), de mais de dois fármacos (p=0,001) e de fármacos vesicantes e com extremos de pH (p=0,034). Conclusão: Foi identificada alta proporção de complicações, principais motivos de retirada do CIP, destacando-se a flebite. Fatores relacionados ao paciente e a punção venosa periférica não influenciaram complicações, e sim antecedentes de complicações e características da TIV atual.