Neste trabalho, realizei um estudo sobre alguns empreendimentos comunitáriosno quilombo Campinho da Independência, localizada em Paraty região da Costa Verde/RJ, que são resultado de projetos com perspectivas de etnodesenvolvimento. Vislumbrando os instrumentos jurídicos aprovados a partir da Constituição Federal de 1988 e o Programa Brasil Quilombola - dentre outras iniciativas que asseguram o direito ao território e a assistência social -problematizei, a partir de um estudo do processo de reconhecimento do grupo étnico, as inovações produtivas e as estratégias de permanência e praticas coletivas de domínio no território. Para tanto, realizei uma pesquisa de campo inspirada na etnografia “Terra de pretos, terra de mulheres”, elaborada pela antropóloga Neusa Gusmão. O cenário que hoje o Quilombo do Campinho vive é diferente do descrito no livro. O Campinho como bairro rural e distante das atividades turísticas, descrito no livro, não existe mais. Pretendo neste trabalho pontuar, portanto, as mudanças e inovações iniciadas com o processo de reconhecimento. Ambiguamente algumas vão servir como instrumentos normativos e de adequação da produção do Campinho ao mega-projeto de desenvolvimento turístico iniciado em Paraty na década de 70.