As inundações têm gerado ao redor do mundo prejuízos tanto econômicos como sociais devido à falta de um correto planejamento fundamentado em informação fidedigna. Este estudo apresenta um mapeamento de áreas inundáveis no município de Rio Largo (AL) através do acoplamento de modelos hidrológico/hidráulico. O município de Rio Largo está situado na Bacia Hidrográfica do rio Mundaú que historicamente vem sofrendo sucessivos eventos de inundação rápida. Para a estimativa de chuvas máximas foi utilizada a distribuição de frequência de Valor Extremo Generalizado (GEV), a qual foi validada pelo teste de aderência de Kolmogorov-Smirnov. Para a transformação chuva-vazão foi utilizado o modelo hidrológico distribuído MGB-IPH, o qual foi acoplado de modo "off-line" com o modelo hidráulico HEC-GeoRAS 4.1 para estimativa dos níveis de cheia e, consequentemente, das manchas de inundação para diferentes tempos de retorno. O modelo hidrológico foi calibrado e validado em uma estação fluviométrica a montante da cidade de Rio Largo. O modelo hidráulico foi calibrado satisfatoriamente através da comparação da macha de inundação estimada com as marcas de cheia de junho de 2010 levantadas em campo. Esta metodologia se mostrou adequada para um local que apresenta pouca informação disponível e limitação de instrumentação de monitoramento hidrológico. Os resultados se mostraram promissores do ponto de vista de aplicação, podendo subsidiar gestores para o planejamento urbano na cidade de Rio Largo, que se encontra em situação de risco de inundação, pois a ocupação urbana pode ser afetada dependendo do nível da água alcançado, mesmo sabendo que existe um erro inerente às estimativas do mapeamento em função das incertezas dos dados de entrada, da estrutura e dos parâmetros dos modelos. Nestes casos, medidas para o controle da inundação, de origem estrutural ou não estrutural (preferencialmente), podem ser tomadas.